(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro prometeu que respeitará a vontade de ianomâmis sobre o uso das suas terras indígenas durante visita a uma localidade na Amazônia, acompanhado de oficiais do Exército, na quinta-feira.
Foi a primeira vez que Bolsonaro visita terras indígenas na Amazônia como chefe de Estado.
"Senhores ianomâmis, nós respeitamos vocês, a vontade de vocês será feita. Vocês não querem mineração, não terá mineração", afirmou o presidente, em vídeo compartilhado em seu perfil no Twitter.
O presidente afirma que há "outros irmãos índios, em outros locais, dentro e fora da Amazônia, que desejam minerar a terra, que desejam cultivar a terra", e que o governo também respeitará esse direito deles.
Mas acrescentou: "jamais aprovaríamos uma lei onde seria obrigado que a terra fosse explorada por quem quer que seja, isso não acontecerá".
Lideranças da Terra Indígena Ianomâmi haviam divulgado na última segunda-feira manifesto repudiando a possível ida de Bolsonaro à localidade, especialmente sobre a possibilidade de o presidente visitar garimpos na região.
"Nós, lideranças tradicionais, não estamos interessados em discutir sobre garimpo ilegal na TIY, não queremos negociação de legalização de garimpo, somos contra a exploração de mineração nas terras indígenas", afirmou o comunicado.
"Por isso nós não queremos a visita do presidente nas nossas comunidades. Já nos posicionamos sobre isso diversas vezes e não estamos sendo escutados", acrescentaram.
No vídeo divulgado neste domingo, Bolsonaro também afirmou que Exército ajudará a garantir a vontade dos ianomâmis. "Os homens fardados que estão aqui, são do Exército brasileiro, farão respeitar o direito e a vontade de vocês", disse.
O Congresso Nacional, onde Bolsonaro tem conseguido garantir apoio da maioria, está atualmente considerando projeto de lei proposto pelo governo que liberaria a mineração comercial e a agricultura em terras indígenas.
"O projeto que está lá, é a etnia, quem quiser explorar, explora; quem não desejar, não será explorado", afirmou Bolsonaro aos ianomâmis.
(Por Paula Arend Laier; )