Por Vladimiro Pantaleone
PALERMO, Itália (Reuters) - O chefe de máfia mais procurado da Itália, Matteo Messina Denaro, foi preso por policiais armados nesta segunda-feira em um hospital particular na Sicília, onde o homem que está foragido desde 1993 estava sendo tratado de câncer.
Apelidado de "Diabolik" e "U Siccu" (O Magro), Messina Denaro foi condenado à revelia à prisão perpétua por sua participação nos assassinatos de 1992 de promotores antimáfia, crimes que chocaram o país e desencadearam uma repressão à Cosa Nostra.
Messina Denaro, de 60 anos, foi levado para fora do hospital "La Maddalena" de Palermo por dois policiais carabinieri uniformizados e colocado em uma minivan preta. Ele estava vestindo uma jaqueta marrom, óculos e um gorro de lã marrom e branco.
Imagens nas mídias sociais mostraram moradores aplaudindo e cumprimentando policiais em balaclavas enquanto a minivan era levada do hospital suburbano para um local secreto.
Fontes judiciais disseram que ele estava sendo tratado de câncer e foi operado no ano passado, após uma série de consultas com nome falso.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, saudou a prisão como "uma grande vitória para o Estado".
Maria Falcone, irmã do juiz assassinado em 1992 Giovanni Falcone, ecoou esse sentimento. "Isso prova que os mafiosos, apesar de suas ilusões de onipotência, estão condenados à derrota no conflito com o Estado democrático", disse ela.
Messina Denaro vem da pequena cidade de Castelvetrano, perto de Trapani, no oeste da Sicília, e é filho de um chefe da máfia.
A polícia disse em setembro passado que ele ainda era capaz de emitir comandos relativos à forma como a máfia era comandada na área ao redor de Trapani, seu reduto regional.