Por Lisandra Paraguassu e Brian Ellsworth
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva poderá ir à COP27, cúpula do clima da ONU que acontece em novembro, no Egito, a convite do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), mas os detalhes ainda dependem de agenda, que precisa incluir outras viagens antes da posse, como Estados Unidos, Argentina e países europeus.
A informação do interesse de Lula, antecipada pela Reuters na quinta-feira, foi confirmada pelo embaixador Celso Amorim, ex-chanceler nos dois primeiros governos do presidente eleito.
"Ele demonstrou muito interesse, mas é coisa que temos que ver as datas. Mas não sei se o período que os governadores vão estar é o mesmo que estarão os chefes de Estado. Ele tem interesse, agora é uma coisa que ainda vai ser definida" ,disse o embaixador. "É uma questão de engajamento (no tema)."
A COP acontece entre os dias 6 e 18 de novembro, mas a cúpula com chefes de estado se concentra na última semana, entre os dias 12 e 18. Já está definido que, mesmo que Lula não vá, uma delegação da sua equipe irá, e deve ter entre seus integrantes os ex-ministros Aloizio Mercadante e Marina Silva.
O tema do clima surgiu nesta segunda nas conversas de Lula com mais de 20 chefes de estado e com o secretário-geral das Nações Unidas, revelou Amorim, que destacou o alto interesse dos mandatários em falar diretamente com Lula, em vez de apenas mandar felicitações.
"Essa quantidade de chefes de Estado ligarem não é comum. Acredito que seja porque o mundo respirou aliviado (com a eleição). É uma eleição de repercussões globais. Primeiro pela questão do clima, depois pela preocupação com o avanço da extrema direita no mundo", afirmou o embaixador.
Na agenda de possíveis viagens de Lula antes da posse estão também Argentina --que ele garantiu, em encontro com o presidente Alberto Fernandéz que será o primeiro país que visitará--, Estados Unidos e países europeus. De acordo com Amorim, o convite de Biden para visita "ficou implícito" a partir da declaração do presidente norte-americano de que espera continuar em breve as conversações com o brasileiro.
Lula também foi convidado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, para que fizesse uma participação no Paris World Peace Forum, que acontece nos dias 11 e 12, na capital francesa, que poderia ser presencial ou virtual.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Brian Ellsworth. Edição de Flávia Marreiro)