Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu adiar o depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, inicialmente marcado para esta segunda-feira, para o dia 2 de fevereiro.
Em sua decisão, no âmbito de investigações sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, Moraes justificou o adiamento com o pedido da defesa de Torres, preso por suspeita de conivência com os ataques, para ter acesso aos autos dos inquéritos.
"Para garantir o tempo necessário à Defesa de Anderson Gustavo Torres para análise dos autos antes do interrogatório, determino à Polícia Federal que realize a oitiva do investigado no dia 2/2/2023, às 10h30min", escreveu Moraes, acrescentando que os advogados terão de comparecer pessoalmente para terem acesso a dois dos inquéritos, que são sigilosos.
Em cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de Torres, que foi ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro e que, embora fosse secretário de Segurança Pública do DF, não estava na capital no dia dos ataques, a PF encontrou uma minuta de decreto para instaurar um "estado de defesa" na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de forma a abrir caminho para reverter a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Torres, o documento foi "vazado fora de contexto" após ser apanhado quando ele não estava em sua residência, e provavelmente integrava pilha de papéis para descarte.