SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira sete mandados de prisão preventiva em novas fases das operações que investigam os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 e ao edifício-sede da corporação em Brasília e depredação de outros prédios da capital no dia 12 de dezembro de 2022, informou a PF.
Na operação Lesa Pátria, sobre o 8/1, também estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e sete de monitoramento eletrônico. Um dos mandados de prisão está sendo cumprido em São Paulo e os outros dois no Distrito Federal. Todos os mandados foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Ações ocorrem no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal", disse a Polícia Federal em nota, sem divulgar os nomes dos atingidos pelas diligências.
"Além disso, foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que a quantia dos danos causados ao patrimônio público possa chegar à cifra de 40 milhões de reais", acrescentou a corporação.
Entre os alvos de mandados de prisão, conforme uma fonte da PF, estão dois empresários sócios de uma rede de supermercados atacadistas da capital, Adauto Lucio de Mesquita e Joveci Xavier de Andrade. Eles são suspeitos de terem financiado a permanência de pessoas no QG do Exército de Brasília.
A reportagem não encontrou de imediato a defesa dos dois para comentário.
Foi do QG que, no dia 8 de janeiro de 2023, vândalos apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com a derrota eleitoral dele no pleito presidencial do ano anterior, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do STF.
"Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido", disse a PF.
DEPREDAÇÃO DA PF
Em outra operação, a segunda fase da Operação Nero, a PF busca aprofundar as investigações para identificar envolvidos na tentativa de invasão ao edifício-sede da corporação em Brasília e depredação outros prédios públicos e privados na capital no dia 12 de dezembro de 2022, segundo comunicado.
Naquele dia, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi diplomado presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os suspeitos tentaram invadir a sede da PF para resgatar uma pessoa que havia sido detida, além de terem praticado uma série de depredações pelas ruas de Brasília.
A polícia cumpre quatro mandados de busca e apreensão determinados pelo STF em Rondônia, São Paulo e no Distrito Federal.
(Por Eduardo Simões e Ricardo Brito)