(Reuters) - Os pilotos de Fórmula 1 não podem usar a plataforma fornecida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para fazer declarações de sua própria "agenda pessoal", disse o presidente do órgão regulador do esporte, Mohammed Ben Sulayem, nesta terça-feira.
Os pilotos de F1 precisarão de permissão prévia por escrito do órgão regulador do esporte para fazer "declarações políticas, religiosas e pessoais" a partir da próxima temporada, na esteira de uma atualização do Código Esportivo Internacional.
A menos que a FIA conceda a aprovação por escrito, os pilotos que fizerem tais declarações estarão agora violando as regras.
"Estamos preocupados em construir pontes. Você pode usar o esporte para fins de paz... Mas uma coisa que não queremos é ter a FIA como uma plataforma para agenda pessoal privada", disse Ben Sulayem a repórteres.
"Existem outras plataformas para expressar o que eles querem. Todos têm isso e são muito bem-vindos para passar pelo processo da FIA."
Os ex-campeões mundiais Lewis Hamilton e Sebastian Vettel estão entre os pilotos de destaque que fizeram declarações neste sentido nas últimas temporadas.
Hamilton tem defendido os direitos humanos e a igualdade racial, ao mesmo tempo em que falou sobre os direitos LGBTQ+ em países conservadores como a Arábia Saudita, que sediou duas corridas desde 2021.
Vettel, que se aposentou no ano passado, destacou questões que vão dos direitos LGBTQ às mudanças climáticas.
Ben Sulayem rejeitou a ideia de que a FIA está silenciando os pilotos, e disse querer "melhorar e limpar" o esporte.
"Tenho minhas coisas pessoais, ok, mas isso não significa que vou usar a FIA para fazer isso", disse Ben Sulayem, ex-piloto de rali dos Emirados Árabes Unidos.
(Por Rohith Nair, em Bengaluru)