(Reuters) - A Rússia colocou nesta terça-feira Dmitry Glukhovsky, um popular escritor de ficção científica, em sua lista de procurados depois de acusá-lo de espalhar informações falsas sobre a intervenção militar do país na Ucrânia.
Em um post no aplicativo de mensagens Telegram, Glukhovsky escreveu que foi acusado de desacreditar as Forças Armadas da Rússia em um post no Instagram.
"Estou pronto para repetir tudo o que foi dito lá: "Pare a guerra! Admita que esta é uma guerra contra uma nação inteira e pare com isso!", escreveu.
O site do Ministério do Interior listou Glukhovsky, mais conhecido pela obra de ficção científica "Metro 2033" e suas sequências, como procurado por um artigo não especificado do código penal.
A Rússia já atingiu indivíduos da oposição e jornalistas com uma lei que determina penas de prisão de até 15 anos para condenados por espalhar intencionalmente notícias "falsas" sobre os militares russos.
Glukhovsky é a primeira grande figura cultural a ser colocada na lista de procurados devido à nova lei, adotada dias depois que a Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro.
O caso contra Glukhovsky, que se manifestou nas redes sociais sobre a campanha militar de Moscou, provocou indignação entre a oposição russa.
"Putin costumava temer os políticos, mas agora também teme os escritores", escreveu no Twitter Lyubov Sobol, aliado do crítico do Kremlin Alexei Navalny, que está preso.