SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de educação Estácio procurou minimizar fracos indicadores apresentados no terceiro trimestre, afirmando que a comparação com a mesma etapa de 2014 não deve servir de padrão para projetar os resultados da companhia daqui em diante.
"A comparação com o terceiro trimestre do ano passado é a pior possível, porque agora temos uma crise de proporções bíblicas", disse o presidente-executivo da companhia, Rogério Melzi, durante teleconferência com analistas.
Os comentários salientam a visão dos executivos da companhia de que indicadores como aumento do ticket médio abaixo da inflação, aumento da inadimplência e da evasão no sistema de ensino à distância (EAD), constantes do balanço apresentando na quinta-feira à noite, não devem ser uma tendência, mesmo com a recessão do país e menores incentivos estatais para o setor.
Na teleconferência, os executivos reafirmaram o plano de manter investimentos ao redor de 6 a 7 por cento do faturamento nos próximos anos e afirmaram que acreditam na retomada gradual do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O programa de concessão de empréstimo estudantil teve as regras endurecidas neste ano pelo governo federal, com aumento de juros e limites ao parcelamento dos saldos devedores, em uma medida para reajustar as contas públicas.
Segundo os executivos da Estácio, a companhia já não tem usado o Fies como principal instrumento de venda. Além disso, espera fechar 2015 com cerca de 10 mil contratos de financiamento privados.
Às 12h55, a ação da Estácio tinha queda de 5,89 por cento, enquanto o Ibovespa cedia 1,86 por cento.
Mesmo com alguns dados operacionais mais fracos, a companhia teve aumento de 18 por cento do lucro no terceiro trimestre, na comparação anual.
(Por Aluísio Alves)