Por Andre Paultre e Sarah Marsh
PORTO PRÍNCIPE/HAVANA (Reuters) - O terremoto de magnitude 7.2 que atingiu o Haiti neste sábado já matou pelo menos 29 pessoas e deixou dezenas de feridos, derrubou igrejas, hotéis e casas, na mais recente tragédia a atingir o pobre país do Caribe envolto em crises humanitária e política.
O terremoto foi seguido por uma série de choques posteriores e teve seu epicentro 8 km ao sul de Petit Trou de Nippes, cidade a cerca de 150 km a oeste da capital Porto Príncipe, e teve uma profundidade de 10 km, afirmou a agência geológica norte-americana Geological Survey.
O tremor foi sentido até em Cuba e na Jamaica e é potencialmente maior do que o terremoto de magnitude 7 de 11 anos atrás, que matou dezenas de milhares de pessoas na nação mais pobre das Américas.
Este - que ocorreu por volta das 8h30, horário local - foi mais longe da capital. Foi sentido em Porto Príncipe, mas não parece que tenha causado grandes danos, segundo testemunhas da Reuters, o que significa que provavelmente haverá menos mortes do que o devastador desastre de 2010.
A maior cidade mais próxima foi Les Cayes, com população de aproximadamente 126.000 pessoas, onde muitos prédios desabaram ou sofreram grandes danos, de acordo com as autoridades, que disseram que estavam procurando sobreviventes nos destroços.
“Contamos um total de 29 mortes até agora e uma quantidade importante de feridos”, afirmou o diretor de Proteção Civil, Jerry Chandler, em entrevista coletiva.
O primeiro-ministro Ariel Henry declarou estado de emergência de um mês.
Em Lee Cayes, moradores disseram que houve breves enchentes na cidade costeira. Houve pânico por medo de um tsunami, mas a água teria recuado em seguida. Veículos de imprensa do Haiti relataram que algumas pessoas da região costeira já haviam fugido para áreas mais altas.
O presidente norte-americano Joe Biden autorizou uma resposta imediata dos EUA ao terremoto e nomeou Samantha Power, administradora da Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional, para coordenar a operação.
(Reportagem de Andre Paultre em Porto Príncipe, Sarah Marsh e Nelson Acosta em Havana, Kate Chappell em Kingston e Aakriti Bhalla em Bengaluru e Frances Kerry em Londres)