Investing.com - Em um dia tenso no exterior, os problemas da política interna acabam atraindo mais a atenção dos investidores locais. Os operadores ficam de olho hoje no que pode ser o último dia de julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE com a expectativa de absolvição dos políticos.
O Ibovespa Futuro opera estável depois de ter aberto em leve alta. Ontem o Ibov perdeu 0,66% para 62.755 pontos.
Com as intervenções feitas pelos ministros do TSE, as apostas são que as delações da Odebrecht e dos marketeiros João Santana e Mônica Moura serão retiradas do processo, o que abre espaço para a absolvição da chapa Dilma-Temer. Na contabilidade informal, o presidente se salva com quatro votos a favor: Gilmar Mendes e os três juízes indicados por Temer nos últimos meses: Napoleão Nunes, Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira. Votariam pela cassação o relator Herman Benjamin, Rosa Weber e Luiz Fux.
Apesar do alívio imediato, a próxima semana será tensa para Temer com a possibilidade do desembarque do PSDB da base aliada e com a possível denúncia da Procuradoria-Geral da República no STF por crimes, entre eles, de corrupção.
A saída dos tucanos ora é dada como certa por integrantes da legenda, ora é apontada como um racha na sigla. Fatos novos dos próximos dias podem desequilibrar essa balança para um dos lados.
Reino Unido e EUA
As bolsas do mundo negociavam em alta, ignorando o fracasso do Partido Conservador britânico em obter maioria parlamentar, como sinal de alívio após deixarem eventos de risco para trás, junto com o fato de que o depoimento de James Comey, ex-diretor do FBI, não produziu uma "prova definitiva" que pudesse afetar a situação política nos Estados Unidos.
O mercado futuro dos EUA apontava para uma abertura em alta em Wall Street em uma sessão sem grandes relatórios econômicos. Às 9h25 (horário de Brasília), o índice blue chip futuros do Dow subia 0,14%, os futuros do S&P 500 ganhavam 0,11% e os futuros do Nasdaq 100 avançavam 0,05%.
O plano de Theresa May de conseguir um governo "forte e estável" não se concretizou, e terminou como um revés para a primeira-ministra já que seu partido perdeu sua maioria nos resultados das eleições gerais. Os Conservadores ficaram com 318 assentos, abaixo da marca de 326 assentos necessários para comandar uma maioria parlamentar. Frente ao dólar, a libra caí 1,5%.
Commodities em baixa
O minério de ferro fechou mais um dia em queda com perdas de 1,4% dos contratos futuros negociados na bolsa de Dalian, que encerraram a sessão a 424 iuanes a tonelada. Em Qingdao, a entrega spot ficou cedeu 1,7% para US$ 54,41 a tonelada.
O petróleo virou no meio da manhã após ganhos da madrugada e opera em leve baixas de 0,2%. Os investidores aguardam dados da Baker Hughes sobre a atividade de exploração de petróleo nos EUA, que podem indicar mais produção futura do país.
Mundo corporativo
A francesa L'Oreal (PA:OREP) iniciou negociações exclusivas com a brasileira Natura (SA:NATU3) para venda da marca britânica de cosméticos The Body Shop, informaram as empresas nesta sexta-feira, negócio que pode movimentar € 1 bilhão.
Os investidores ficam de olho em repercussões da medida provisória publicada pelo governo para permitir leniência dos bancos, em um momento de expectativa por novas delações e um possível avanço da Lava Jato para o setor. Segundo a Agência Estado, o BC teria pressionado o governo para editar a medida.
Valor, Folha e o Globo trazem nesta sexta-feira matérias independentes que apontam retaliação do governo contra o grupo J&F. Os jornais citam que bancos públicos secaram as linhas de crédito e cobram dívidas antecipadamente, as investigações na CVM contra a JBS (SA:JBSS3) e a criação de CPI para investigar o acordo de delação, além de ação da Petrobras (SA:PETR4) de cancelar contratos de fornecimento de gás.
A Usiminas (SA:USIM5) informou que liminar pedida pela Nippon Steel para suspender a ação contra o ex-presidente Rômel Erwin de Souza foi negada pela Justiça de Minas Gerais.