Marcelo Silva
Investing.com - Sem destaques na agenda econômica, os investidores domésticos operam de olho no ambiente político no penúltimo pregão da semana. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e o resultado financeiro da Ambev (SA:ABEV3) também serão digeridos pelos agentes locais nesta quinta-feira (2).
A cautela vista nos índices internacionais e a indefinição no mercado de commodities podem pesar sobre o Ibovespa. O Ibovespa Futuros opera com perdas de 0,7%, aos 67.480 pontos.
De acordo com a ata da última reunião do Copom, a aprovação e a implementação das reformas fiscais na economia são fundamentais para que a inflação continue caindo e para a continuidade da queda da taxa básica de juros. No documento, a autoridade monetária deixou a porta aberta sobre o ritmo de eventuais novos cortes da Taxa Selic, o que levou mais analistas a apostarem em uma redução de até 1 p.p. no próximo encontro.
O depoimento do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, ao corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Herman Benjamin, desta quarta-feira (1) também será digerido pelos agentes domésticos.
O executivo da empreiteira disse que que 4/5 dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 tiveram como origem o caixa 2. O valor acertado para a campanha presidencial da chapa reeleita foi de R$ 150 milhões.
O depoimento de Odebrecht pode atrapalhar os planos de Temer de emplacar com facilidade a agenda reformista, considerada pelo governo como algo determinante para estabelecer a retomada da economia do país.
Os rumores de que o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) assumirá o Ministério das Relações Exteriores no lugar do senador José Serra (PSDB-SP), que pediu demissão na semana passada, também estarão no radar dos investidores locais.
Do ambiente corporativo, os agentes digerem o resultado financeiro da Ambev no quarto trimestre do ano passado. Entre outubro e dezembro, o lucro líquido da companhia de bebidas chegou a R$ 4,83 bilhões, alta de 13,5% em relação ao mesmo período de 2015. No quarto trimestre, a receita da Ambev caiu 13,9% na comparação anual, para R$ 13,18 bilhões.
A queda na receita e o lucro abaixo das expectativas determinou que o CEO da Anheuser-Busch InBev, Carlos Brito, ficará sem bônus pela primeira vez desde 2008.