Investing.com - A Cemig (SA:CMIG4) se recupera no Ibovespa nesta quinta-feira corrigindo parte do tombo dos últimos dias em meio à notícia de que deverá vender uma fatia maior da Light (SA:LIGT3) e renegociar concessões com a União.
A ação preferencial CMIG4 avança 3,5% e volta a ser vendida acima dos R$ 10, após quatro pregões consecutivos de perdas jogarem a ação para um dígito. Às 12h, o papel era vendido a R$ 10,15, mas ainda acumula perdas de 12,5% na semana.
No noticiário, a estatal mineira planeja elevar de 27% para 36% a fatia que irá vender da Light, concessionária que detém ativos de geração e a distribuição de energia elétrica do Rio de Janeiro (RJ), segundo a Reuters. A companhia detém 26% de participação direta e 26% indireta na distribuidora.
A empresa também pretende renegociar com a União a renovação das concessões de quatro hidrelétricas após sofrer revés no STF. A estratégia passaria por compensar o governo federal com o abatimento de dívidas.
O ministro do STF Dias Toffoli decidiu ontem derrubar liminar que havia concedido em 2015 para manter a Cemig na operação da Jaraguá mesmo após o vencimento do contrato de concessão em 2013. Com a decisão, a empresa mantém a operação, mas com margens muito inferiores.
Segundo a Citi Corretora, a decisão deverá trazer um custo de 4% de queda de Ebitda e aumenta o risco de perda de liminares semelhantes que garantem a Cemig na operação das hidrelétricas Miranda e São Simão. O efeito combinado se houver uma derrota nos três casos será de 35% do Ebitda, o que derruba em R$ 0,70 o valor da ação, ou cerca de 7% do valor atual.
A empresa acredita que possui o direito de renovar a concessão dessas unidades, que correspondem a 40% do seu parque de geração.
Na semana passada, a imprensa noticiou o interesse da companhia em negociar a concessão com investidores privados, em operação de cerca de R$ 6 bilhões.
A disputa com a União começou em 2012 com a tentativa do governo de reduzir o custo da energia com a renovação antecipada dos contratos de concessão. À época, as estatais estaduais controladas pelo PSDB, Copel (SA:CPLE6), Cemig e Cesp (SA:CESP6), não toparam as condições propostas pelo governo Dilma Rousseff.