Investing.com - O Ibovespa Futuro dá o sinal que o mercado já esperava após a implosão do governo Michel Temer na noite de ontem quando foi revelada uma conversa do presidente com Joesley Batista da JBS (SA:JBSS3) incentivando a compra do silêncio de Eduardo Cunha.
O índice recua 10% nos primeiros minutos de negociação desta quinta-feira (18/5) com o mercado precificando as incertezas que atingem o futuro político do país. Ao bater no limite de volatilidade o índice entrou em leilão a 61.180 pontos.
Com a gravação de Temer indicando que a JBS deveria manter os pagamentos pelo silêncio de Cunha, não se tem a certeza se o presidente conseguirá permanecer no mandato nos próximos meses - ou semanas se o TSE decidir cassar a chapa.
Caso a situação de Michel Temer se torne insustentável, a reforma da Previdência poderá voltar à estaca zero ao aguardar a eleição de um novo presidente do país, em votação indireta no Congresso. A pressão sobre a legitimidade do novo governo, mesmo que esse queira avançar com as reformas, pode inviabilizar qualquer votação.
O Banco Central também deverá reprecificar as incertezas em sua curva de juros e os analistas do mercado já não dão como certa a redução de 1 a 1,25 p.p. na Selic no dia 31 de maio.
ADRs despencam
Nos EUA, os papéis de empresas brasileiras despencam e mostram o mau-humor do mercado com o país, indicando uma retirada massiva de recursos do Brasil.
As ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) afundam 18% no pré-market do mercado de Nova York, quando as operações têm volumes limitados, e vai a US$ 8,39, menor valor desde agosto do ano passado.
As ADRs Vale (NYSE:VALE) registra recuo de 10% frente ao fechamento de ontem e vai a US$ 7,50, enquanto o Itaú Unibanco (NYSE:ITUB) despenca quase 15%.
O ETF que reúne os papéis brasileiros negociados nos EUA, iShares MSCI Brazil Capped (NYSE:EWZ), perde 16% e vai a US$ 32,90, menor valor do ano.