Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 recuava nesta sexta-feira, passando por realização de lucros, após fechar os últimos três pregões no azul, em sessão com cena externa negativa e intenso noticiário corporativo doméstico.
Às 12:08, o Ibovespa caía 0,85 por cento, a 85.093 pontos. O volume financeiro alcançava 3,1 bilhões de reais.
De acordo com profissionais da área de renda variável, o desempenho da bolsa reflete realização de lucros, endossado pelo quadro externo negativo. Nos últimos três pregões, o Ibovespa acumulou elevação de 3,6 por cento.
"O dia é de aversão a risco no exterior com questões ainda referentes a problemas comerciais envolvendo os Estados Unidos, além de aperto monetário no radar dos principais bancos centrais e queda das commodities", disse o analista Vitor Suzaki, da corretora Lerosa Investimentos.
DESTAQUES
- HYPERA PHARMA caía 4,2 por cento, após reportagem no site do jornal O Estado de S.Paulo, dizendo que a Polícia Federal investiga se o delator Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais da farmacêutica, omitiu informações em seu acordo de delação premiada para proteger o maior acionista e o presidente da empresa.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) cedia 2,4 por cento, também na ponta negativa, tendo no radar reportagem do jornal Valor Econômico, de que os controladores da petroquímica Petrobras e Odebrecht chegaram a um impasse quanto à sua reorganização societária.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 0,32 e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caía 0,37 por cento, em dia de queda do petróleo no exterior, com o noticiário da petroleira também radar. Três fontes afirmaram à Reuters que a Petrobras recebeu na quinta-feira três propostas vinculantes por sua empresa de redes de gasodutos Transportadora Associada de Gás (TAG).
- VALE ON (SA:VALE3) recuava 0,65 por cento, em sessão negativa para o minério de ferro no exterior.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) perdia 1,44 por cento, pesando no Ibovespa em razão da relevante fatia que detém no índice, em sessão negativa para os bancos. ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) recuava 1,06 por cento, também pressionando.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) e ELETROBRAS ON (SA:ELET3) recuavam 2,68 e 3,24 por cento, após volatilidade no começo da sessão, com agentes financeiros analisando notícia de que o presidente Michel Temer assinou na quinta-feira um aguardado decreto sobre a privatização da estatal.
- USIMINAS PNA (SA:USIM5) cedia 0,79 por cento, após já ter oscilado nos campos positivo e negativo, tendo no radar balanço do primeiro trimestre, com Ebitda ajustado de 641 milhões de reais nos três primeiros meses de 2018, crescimento de 20 por cento sobre o desempenho de um ano antes.
- EMBRAER ON (SA:EMBR3) avançava 3,16 por cento, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira, citando fontes próximas das tratativas, as negociações entre o governo federal e a Boeing para a criação de uma joint-venture com a fabricante brasileira de aviões estão "muito avançadas"
- NATURA ON (SA:NATU3) subia 2,45 por cento, após a fabricante de cosméticos divulgar que espera Ebitda de pelo menos 3,1 bilhões de reais em 2022 e receita líquida consolidada de pelo menos 17,2 bilhões de reais.
- BRF ON (SA:BRFS3) tinha alta de 2,15 por cento, tendo no radar acordo dos sócios Previ, Petros, Tarpon (SA:TRPN3) e o empresário Abilio Diniz sobre eleição do conselho de administração da companhia, prevista para 26 de abril.