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Safra de cana do centro-sul terá nova queda por clima desfavorável, prevê Job

Publicado 12.04.2017, 15:09
Atualizado 12.04.2017, 15:20
© Reuters.  Safra de cana do centro-sul terá nova queda por clima desfavorável, prevê Job

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A safra de cana do centro-sul do Brasil na temporada 2017/18 deverá cair 2,3 por cento na comparação com o ciclo anterior, para 593 milhões de toneladas, com alguns importantes Estados produtores como Goiás e Minas Gerais registrando perdas de produtividade em função da falta de chuvas, previu nesta quarta-feira a consultoria Job Economia.

A moagem 2016/17 do centro-sul, encerrada em março, caiu 1,7 por cento ante o recorde da temporada anterior, para 607,14 milhões de toneladas, de acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) divulgados também nesta quarta-feira.

"Choveu menos no período de abril de 2016 a março de 2017. Choveu 10 por cento menos que o normal (média do centro-sul), isso afeta o rendimento agrícola da safra 17/18", disse à Reuters Julio Maria Borges, diretor da Job.

Uma safra menor no Brasil, maior produtor e exportador global de açúcar, tende a influenciar o mercado internacional, assim como os negócios de companhias como Raízen --da Cosan (SA:CSAN3) e Shell-- e Biosev (SA:BSEV3), entre outras.

A distribuição de chuvas no centro-sul, que segundo a Job deverá responder por 92 por cento da safra de cana do Brasil em 2017/18, foi "bastante irregular" no último ano, refletindo em menores produtividades nesta safra, cuja colheita está começando.

Borges disse que São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná tiveram chuvas abaixo da média, "mas ainda na faixa da normalidade". No entanto, Goiás e Minas Gerais, segundo e terceiro maiores em área de cana (atrás de São Paulo), registraram no período chuvas 31 por cento e 23 por cento abaixo da média, respectivamente.

De acordo com o consultor, a área plantada para 2017/18 no centro-sul teve um aumento de 2 a 3 por cento ante a temporada passada, insuficiente para compensar a quebra de produtividade dos canaviais.

O rendimento agrícola para 2017/18 deve ficar entre 73 e 74 toneladas de cana por hectare, ante 76,5 toneladas na temporada passada, um total relativamente distante do recorde registrado em 2009/10, de 86 toneladas/hectare.

Borges afirmou que a renovação do canavial feita para esta safra até aumentou, o que poderia ter favorecido mais as produtividades não fosse o problema climático.

"A renovação ainda não chega a favorecer muito o rendimento agrícola, mas o canavial está mais tratado, menos sujeito a pragas e doença, está mais jovem..."

AÇÚCAR GANHA ESPAÇO

Apesar da redução da nova safra, a Job projeta crescimento da produção de açúcar para 36,6 milhões de toneladas em 2017/18, ante 35,6 milhões estimados pela Unica em 2016/17, com o adoçante sendo mais lucrativo para as usinas, algo que já havia acontecido na safra passada.

A produção de etanol do centro-sul do Brasil em 2017/18, por sua vez, vai recuar, segundo a Job, para 24,25 bilhões de litros, ante 25,65 bilhões em 2016/17 na estimativa da Unica divulgada nesta quarta-feira.

"O etanol até este momento se mostra menos atrativo, principalmente o hidratado...", afirmou Borges, observando que o biocombustível concorrente da gasolina vinha tendo baixa lucratividade antes mesmo de a Petrobras (SA:PETR4) anunciar uma política mais transparente de preços, mais sincronizada com os preços de combustíveis no mercado internacional.

"É a condição que antecede a própria mudança da Petrobras (em outubro de 2016), tem sido assim para o hidratado nas últimas safras, a política da Petrobras vai agravar a situação do etanol se o preço do petróleo cair..."

Ainda assim, o consultor estima que importações pelo Brasil serão necessárias para atender a demanda --o país mistura 27 por cento de etanol anidro na gasolina.

Ele avalia que 1,2 bilhão de litros de etanol terão que ser importados em 2017/18, principalmente pelo Nordeste, um volume que deve repetir o total importado na safra passada, a não ser que mudem algumas variáveis econômicas, como o preço do milho nos EUA, que exportam o combustível ao Brasil.

(Por Roberto Samora)

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