MINSK/KIEV (Reuters) - Uma nova rodada de negociações de paz envolvendo a Ucrânia e separatistas começou neste sábado, enquanto combates entre as forças do governo de Kiev e os rebeldes apoiados pelos russos assola o leste da Ucrânia, matando civis e militares.
Os principais membros do chamado grupo de contato -o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma, um diplomata russo e um oficial da Organização para Segurança e Cooperação na Europa- se reuniram numa residência na capital bielorrussa Minsk, onde se juntaram a dois representantes dos separatistas.
Os lados tiveram apenas uma reunião inconclusiva desde que selaram um cessar-fogo em setembro, como parte de um plano de 12 pontos para a paz. Violada desde o início, a trégua ruiu completamente com um novo avanço dos rebeldes na semana passada.
Ambos os lados se acusaram mutuamente de ataques mortais de artilharia e morteiros contra alvos civis nas últimas duas semanas, incluindo um centro cultural na principal cidade regional de Donetsk na sexta-feira, que matou pelo menos cinco pessoas à espera de ajuda humanitária.
O plano de paz setembro também pediu um controle mais rígido da fronteira entre a Rússia e Ucrânia, por meio do qual Kiev diz Moscou está canalizando lutadores e equipamentos, bem como a libertação dos prisioneiros detidos de parte a parte.
Muita coisa mudou, no entanto, desde setembro.
Os separatistas criaram auto-proclamado 'repúblicas do povo', enquanto suas forças, que Kiev diz ter suporte de 9 mil soldados russos, tomaram mais de 500 quilômetros quadrados de território para além do acertado nas conversações de Minsk e ameaçam assumir o controle de duas regiões do leste do país.
O pesado bombardeio continuou neste sábado em regiões do leste da Ucrânia, como os separatistas tentando cercar as forças governamentais próximas ao entroncamento ferroviário e rodoviário estratégico de Debaltseve.
O chefe da polícia regional Vyacheslav Abroskin, em um post no Facebook, disse que 12 civis foram mortos por um bombardeio separatista. O ministro da Defesa Stepan Poltorak disse que 15 soldados ucranianos foram mortos e 30 ficaram feridos em confrontos no leste.
Os rebeldes também continuavam a ameaçar Mariupol, uma cidade de meio milhão no sudeste do país, na costa do Mar de Azov, disse Lysenko.
Mais de 5 mil pessoas foram mortas no conflito desde abril passado, após a anexação da Crimeia pela Rússia, em resposta à destituição do presidente apoiado por Moscou em Kiev.
Sanções ocidentais contra a Rússia criaram a maior crise nas relações Rússia-Ocidente desde o fim da Guerra Fria.
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