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Centro-sul deve produzir 10% menos açúcar em 18/19, aponta pesquisa

Publicado 13.03.2018, 17:31
Atualizado 13.03.2018, 17:31
© Reuters. Trabalhador corta cana de açúcar em plantação em Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, Brasil

Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de açúcar por usinas do centro-sul do Brasil deve cair 10 por cento na safra 2018/19, que se inicia oficialmente em 1º de abril, com o setor sucroenergético privilegiando o etanol, mais rentável, em meio a um cenário de estagnação na oferta de cana.

Conforme uma pesquisa da Reuters com consultorias e participantes do mercado, as unidades da principal região produtora do maior player global do segmento devem fabricar 31,69 milhões de toneladas de açúcar em 2018/19, bem abaixo dos 35,20 milhões esperados para o ciclo atual (2017/18).

Em sondagem anterior realizada pela Reuters, em dezembro, esperava-se uma produção de 32,98 milhões de toneladas.

O menor interesse pelo adoçante deve-se ao cenário de preços internacionais deprimidos dada a perspectiva de ampla oferta. Espera-se que a produção na Índia, segundo maior fabricante, salte para um recorde de 29,5 milhões de toneladas, levando o balanço de oferta mundial a um superávit considerável de mais de 5 milhões de toneladas.

Desde o início de 2018, a referência do açúcar bruto na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) já caiu mais de 15 por cento.

Mas esse não é o único fator a pesar contra a produção da commodity no centro-sul. A perspectiva favorável para o etanol, com preços fortalecidos e demanda firme, também deve fazer com que as unidades produtoras aloquem maior parcela de cana para o biocombustível na safra 2018/19.

Os participantes da pesquisa da Reuters estimam, em média, uma produção de 27 bilhões de litros, 9,3 por cento acima dos 24,7 bilhões considerados para o atual ciclo e superior também aos 26,15 bilhões estimados anteriormente.

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"O consumo forte de etanol na entressafra é um indício de que devemos ter mais um ano de maior demanda pelo biocombustível, o que deve dar sustentação para um mix voltado para o hidratado. Isso, claro, se os preços do petróleo se mantiverem no patamar atual ou acima", comentou o analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone.

Pelos dados mais recentes da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), as vendas de hidratado, concorrente direto da gasolina, saltaram 37,5 por cento em fevereiro e já acumulam alta de 6,1 por cento desde o início da safra 2017/18, em abril do ano passado.

A comercialização de álcool vem aquecida desde meados de 2017, após altas tributárias maiores para a gasolina e uma nova sistemática de formação de preços de combustíveis pela Petrobras (SA:PETR4).

Além disso, há no radar do setor o RenovaBio, a nova política nacional de biocombustíveis, que deve impulsionar o uso dessas fontes no país e cujo primeiro decreto, referente à sua governança, pode ser assinado pelo presidente Michel Temer em evento nesta semana em Ribeirão Preto para marcar a abertura da nova safra.

OFERTA DE CANA

Enquanto a produção de açúcar e etanol deve oscilar expressivamente entre uma safra e outra, a oferta de cana para processamento tende a permanecer perto da estabilidade no centro-sul, reflexo da falta de investimentos em renovação das plantações, disseram os especialistas ouvidos pela Reuters.

"Sem expansão da área plantada e com a renovação abaixo do necessário, a idade média do canavial vem aumentando, prejudicando a produtividade", afirmou à Reuters o presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza.

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De acordo com a pesquisa da Reuters, o centro-sul do Brasil deve moer 588,64 milhões de toneladas de cana em 2018/19, ligeiramente acima dos 585 milhões de toneladas previstos para a atual safra.

"O clima tem sido favorável. Março está tendo um pouco de chuvas mais pontuais, nenhum relato de chuvas generalizadas, mas também não temos notícias de que está faltando. O verão está satisfatório", comentou Eduardo Sia, analista da Sucden.

Já Fábio Meneghin, sócio-analista da Agroconsult, avalia que o volume de cana a ser moída e o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) poderão variar um pouco para cima ou para baixo a depender do desenrolar climático.

"Estamos em período de La Niña, onde apesar da ocorrência de boas chuvas no centro-sul, o inverno poderá ser mais rigoroso", alertou.

A Agroconsult é uma das mais otimistas quanto à moagem de cana e à produção de açúcar, citando um certa melhora nos tratos culturais. A consultoria prevê fabricação de 32,90 milhões de toneladas de açúcar no ciclo.

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