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Sob sombra da China, Pence diz a Temer que quer estreitar comércio com o Brasil

Publicado 26.06.2018, 19:51
Atualizado 26.06.2018, 19:51
© Reuters. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o presidente brasileiro, Michel Temer, durante reunião em Brasília

© Reuters. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o presidente brasileiro, Michel Temer, durante reunião em Brasília

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou nesta terça-feira em reunião reservada com o presidente Michel Temer que os EUA querem estreitar o comércio com o Brasil e que vai trabalhar para reduzir barreiras tarifárias entre os dois países, segundo uma fonte com acesso direto ao encontro.

A visita de Pence -maior autoridade do governo norte-americano a visitar o país no governo Temer- ocorre no momento em que os Estados Unidos pretendem reforçar as relações com o Brasil, ante o avanço da China nas relações com a principal economia da América Latina.

Os EUA investiram no ano passado 11 bilhões de dólares no Brasil, um pouco a mais que os 10 bilhões de dólares dos chineses. Esse investimento dos norte-americanos é mais do que o dobro da média da última década, segundo a fonte ouvida pela Reuters, com base em dados oficiais.

Em um dos encontros reservados, Pence -dizendo falar em nome do presidente dos EUA, Donald Trump- declarou que pretende intensificar o comércio e trabalhar para reduzir barreiras com o Brasil, disse a fonte à Reuters. Ele também elogiou as medidas econômicas adotadas pelo governo Temer e afirmou que a visita dele agora teve o propósito de reconhecer avanços e melhorias nas relações entre os dois países.

"Existe um novo clima e essa viagem marca esse novo clima", disse uma alta fonte da chancelaria brasileira. "Essa viagem foi feita para marcar este novo momento, nova visão estratégica sobre nós", completou.

Na avaliação de duas fontes governamentais, a relação entre os dois países melhorou e se aprofundou nos últimos meses. Uma das fontes cita até o fato de o país ter ficado de fora da sobretaxação do aço, em março, como o primeiro gesto do governo dos EUA nessa relação.

Os Estados Unidos oficializaram no final de maio imposição de tarifas de importação de 25 por cento para aço e de 10 por cento para alumínio, em medida que impactou o Brasil. Após meses de negociações, o Brasil conseguiu que os EUA aceitassem criar uma cota de importação sem a incidência da tarifa, com base nos volumes negociados entre 2015 e 2017. A cota para o aço semi-acabado, que compõe a maior parte das exportações da liga produzida no Brasil para os EUA, foi de 100 por cento dessa média, enquanto para aços longos, planos, inoxidáveis, e tubos a quota definida foi de 70 por cento da média.

Em um dos encontros reservados, foi o vice-presidente dos EUA quem fez questão de tocar no assunto da imposição da cota para importação de aço, segundo relatou a fonte com acesso ao encontro. Ele se disse preocupado com a situação brasileira em relação às tarifas do aço, conforme relato.

As duas autoridades não conversaram, entretanto, sobre uma eventual revisão do acordo, segundo a fonte.

"O vice-presidente Pence até tomou iniciativa de suscitar a questão do aço e do alumínio, e nós concordamos, naturalmente, em seguir trabalhando para eliminar barreiras ao comércio entre os nossos países", afirmou Temer em declaração à imprensa após reunião e almoço com Pence no Palácio do Itamaraty.

Em entrevista após o encontro de Temer e Pence no Palácio do Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, declarou que essa cota "poderá vir a ser ampliada de acordo com a evolução das condições do mercado". "Enfim, é um assunto sobre o qual nós vamos continuar conversando", disse o chanceler, sem dar mais detalhes de como isso poderia ocorrer.

Na avaliação da alta fonte da chancelaria brasileira, a agenda de 10 pontos da gestão Temer para a relação com os EUA está "avançando em quase todos pontos".

Na presença de Pence, Temer promulgou o acordo que põe fim à limitação de voos entre os dois países, chamado de acordo de céus abertos. Esse acerto, firmado em 2011, dependia do aval do Congresso -que ocorreu este ano.

Em pronunciamento ao lado do vice-presidente dos EUA, o presidente afirmou que também vai avançar em relação ao acordo para uso comum da base de Alcântara, no Maranhão. Uma fonte da chancelaria classificou como "positivo" ter recomeçado essa negociação.

Na avaliação de uma fonte palaciana do governo brasileiro, o interesse dos EUA no Brasil também decorre de questões geopolíticas: haverá eleições gerais no país este ano.

IMIGRAÇÃO

Temer disse que tratou com Pence também da situação de filhos de brasileiros separados de seus pais ao tentarem entrar ilegalmente nos EUA e pediu a ajuda do vice-presidente norte-americano para uma rápida solução para o problema. Além disso, afirmou que o governo brasileiro ofereceu transporte para trazer de volta essas pessoas ao Brasil se esse for o desejo das famílias.

Pouco antes da declaração de Temer, o embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral, disse que Temer havia afirmado a Pence que iria mandar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) a fim de resgatar as crianças brasileiras desacompanhadas dos familiares nos Estados Unidos. Ele alegou que o país defende essa política por razões humanitárias.

© Reuters. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e o presidente brasileiro, Michel Temer, durante reunião em Brasília

O presidente também falou que ambos lamentaram a crise humanitária enfrentada pela Venezuela e reiterou a disposição do Brasil em receber refugiados do país vizinho. Na quarta-feira, Pence vai a Manaus, onde deve visitar um centro de refugiados venezuelanos.

"Reiterei nossa disposição para receber venezuelanos no Brasil com muita dignidade", disse Temer no Itamaraty, em fala de oito minutos.

Embora o vice-presidente dos EUA tenha defendido uma atuação mais firme sobre Venezuela, o Brasil não vai mudar a sua política atual de não apoiar sanções econômicas para o país vizinho, conforme uma fonte palaciana. A avaliação do governo é que uma medida dessas só iria ampliar o sofrimento dos cidadãos, que já convivem com desabastecimento.

Últimos comentários

É UMA FORTE LUZ NO FIM DO TÚNEL! O fim da era predatória da china no Brasil com a bênção da potência mundial, é agarrar ou morrer.
Enquanto isso, na fronteira a guarda acaricia os mexicanos, guatemaltecos, brasileiros, hondurenhos.. Vc acredita? Chinesesl, americanos ou europeus... pode ter certeza que eles entram com o pé e os brazucas com a bunda!
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