VIENA (Reuters) - O Irã e seis potências globais concordaram com um prazo adicional de uma semana para alcançar um acordo nuclear definitivo, enquanto que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que não haverá um pacto se todos os caminhos para uma arma nuclear iraniana não forem cortados.
Com as negociações na reta final, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, também se manifestou, dizendo que seu país irá retomar as atividades atômicas suspensas se o Ocidente quebrar suas promessas.
"Se alcançarmos um acordo, ambos os lados devem estar comprometidos com isso", disse Rouhani em Teerã, segundo a agência de notícias estatal Irna. "Se o outro lado violar o acordo, vamos voltar ao velho caminho, mais forte do que podem imaginar."
O Irã e as potências trabalham para alcançar um acordo que prevê a suspensão da atividade nuclear iraniana por pelo menos uma década em troca do fim das sanções econômicas, potencialmente o maior avanço em vários anos de hostilidade entre Washington e Teerã.
"Em última análise, caberá aos iranianos" cumprir os requisitos estabelecidos pela comunidade internacional, disse Obama durante entrevista coletiva em Washington.
Como todas as partes reconheceram que o prazo original de 30 de junho passaria sem a obtenção de um pacto, o Irã e o P5+1 --Estados Unidos, China, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha-- concordaram em estender o acordo provisório até 7 de julho de forma a terem mais tempo para negociar um entendimento abrangente.
Nos termos do acordo provisório, firmado em novembro de 2013 e conhecido como Plano de Ação Conjunta, o Irã concordou em adotar algumas medidas para restringir seu programa nuclear em troca de um alívio limitado nas sanções econômicas antes de um pacto final.
Países ocidentais impuseram sanções a Irã por suspeitarem que o país busca a tecnologia que permitiria construir armas nucleares, mas Teerã afirma que seu programa só tem fins pacíficos.
Uma negociação bem-sucedida ajudaria a amenizar décadas de hostilidade entre o Irã e os EUA, mas muitos aliados destes últimos na região, incluindo Israel e Arábia Saudita, continuam céticos, assim como alguns políticos linha-dura em Washington e Teerã.