Investing.com - A cotação do petróleo estava em baixa nas negociações da manhã desta sexta-feira na Europa, já que as preocupações com a guerra comercial China-EUA e o retorno do petróleo líbio ao mercado compensaram um alerta sobre a escassez de oferta global de petróleo apesar do aumento da produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Os contratos futuros de petróleo bruto WTI, negociados em Nova York, tinham perdas de US$ 0,16, ou cerca de 0,23%, e eram negociados a US$ 70,17 o barril às 05h12.
Além disso, o petróleo Brent, referência para preços do petróleo fora dos EUA, recuava US$ 0,73, ou 0,98%, para US$ 73,72.
A Corporação Nacional de Petróleo da Líbia anunciou na quarta-feira que quatro terminais de exportação estão sendo reabertos, permitindo o retorno de até 850.000 barris por dia de petróleo para os mercados, encerrando um impasse que paralisou a maior parte da produção de petróleo do país.
No entanto, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), aumentou as expectativas relativas a uma escassez global no fornecimento de petróleo na quinta-feira, já que o órgão de supervisão de energia alertou para uma potencial crise de capacidade em meio a um aumento na produção dos países do Oriente Médio e da Rússia.
"A crescente produção dos países do Golfo do Oriente Médio e da Rússia, apesar de bem-vinda, vem às custas da capacidade disponível do mundo, que pode ser esticada até o limite", disse a agência em Paris em seu relatório mensal.
A Arábia Saudita aumentou a produção em 430.000 barris por dia em junho, disse a IEA. Isso, no entanto, foi compensado, de certa forma, pela queda das exportações iranianas, já que operadores europeus reduziam suas importações antes das sanções dos EUA contra Teerã, que entram em vigor em novembro.
"Em junho, as exportações de petróleo do Irã tiveram redução de cerca de 230.000 barris por dia, embora em um nível relativamente alto em maio, já que as compras europeias caíram quase 50%", disse a agência.
A disputa comercial entre a China e os EUA também permanece em foco. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse na quinta-feira que ele e o governo estão "disponíveis" para discussão, mas a China precisa primeiro concordar com reformas econômicas mais profundas.
"Na medida em que a China quer fazer mudanças estruturais, eu e a administração estamos disponíveis", disse Mnuchin na quinta-feira. “Não estamos defendendo tarifas. Estamos defendendo o comércio justo”.
O vice-ministro do Comércio da China, Wang Shouwen, também disse na quinta-feira que "quando temos um problema comercial, devemos falar sobre isso".
Ainda nesta sexta-feira, investidores aguardam os últimos dados de Baker Hughes sobre a produção dos EUA. O número de sondas ativas de extração de petróleo teve aumento de cinco e totalizou 863 na semana passada.
Embora tenha sido o primeiro aumento em três semanas, a contagem de sondas nos EUA, indicador prévio da produção futura, ainda está muito mais alta em comparação ao ano passado, em que 763 sondas estavam ativas, já que empresas de energia continuaram a aumentar a produção em conjunto com os esforços da Opep para reduzir a produção global nos últimos 18 meses.
Em outras negociações de energia, os contratos futuros de gasolina recuavam 0,79% para US$ 2,0572 o galão às 05h13, ao passo que o óleo de aquecimento tinha queda de 0,81% e era negociado a US$ 2,1060 o galão.
Os contratos futuros de gás natural avançavam 0,04%, para US$ 2,796 por milhão de unidades térmicas britânicas.