SÃO PAULO (Reuters) - O dólar era negociado com leve alta ante o real nesta terça-feira, em meio à cautela dos investidores com a cena política interna e também de olho no exterior, onde os mercado reagiam à possibilidade de o futuro comandante do Federal Reserve, banco central norte-americano, ser mais conservador.
Às 10:11, o dólar avançava 0,13 por cento, a 3,1769 reais na venda, depois de fechar com alta de 0,75 por cento na véspera. O dólar futuro subia cerca de 0,08 por cento.
"No cenário interno, há cautela sobre o que esperar do embate entre Temer e Maia, o que gera incertezas", afirmou o operador da H. Commcor Corretora, Cleber Alessie Machado, referindo-se ao embate no fim de semana entre o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por conta de vídeos de delações premiadas.
Nesta manhã, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados inicia as discussões sobre o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) pela rejeição da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
O temor é que, para barrar a denúncia, Temer terá alto gasto político, o que pode afetar o andamento de importantes pautas econômicas no Congresso Nacional, em especial a reforma da Previdência.
O exterior pesava sobre os investidores locais, diante da expectativa de mudança no Fed. Os rendimentos dos Treasuries de dois anos atingiram a máxima de quase nove anos na segunda-feira, depois da notícia de que o presidente norte-americano, Donald Trump, preferia o economista de Stanford John Taylor para comandar o Fed. Eles permaneciam perto desses níveis nesta sessão.
Pesquisa da Reuters com economistas mostrou nesta manhã que Jerome Powell provavelmente será o próximo chair do Fed, mas a maioria deles disse que a atual chair, Janet Yellen, cujo mandato acaba em fevereiro de 2018, seria a melhor opção.
Powell, advogado e ex-banqueiro de investimentos, tem atuado como membro do Conselho de Diretores do Fed desde maio de 2012.
Com isso, o dólar atingiu a máxima de uma semana contra uma cesta de moedas nesta sessão.
(Por Thaís Freitas e Patrícia Duarte)