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O que esperar da libra com o início do Brexit

Publicado 27.03.2017, 06:41
Atualizado 27.03.2017, 06:41
© Reuters.  O que esperar da libra com o início do Brexit

Investing.com - Com Theresa May, primeira-ministra britânica, pronta para acionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa na quarta-feira, será dado ínicio formal ao processo de dois anos de divórcio do Reino Unido da União Europeia.

A perspectiva de longo prazo para a libra será determinada pelo acordo final do Brexit, mas as ações de preço de curto prazo serão ditadas pelas possibilidades variáveis conforme novos desenvolvimentos políticos surjam.

A libra saiu de seu patamar de US$ 1,50 para a mínima em 31 anos de US$ 1,32 na sequência da votação de junho do Brexit e está atualmente em baixa de cerca de 14% frente ao dólar desde o referendo.

Acionar o Artigo 50 significa, possivelmente, cristalizar os riscos do Brexit e a resposta da União Europeia à visão de May para o Brexit sugere, até o momento, que uma transição suave para o divórcio é pouco provável.

May descreveu sua estratégia para o Brexit em um discurso em janeiro e afirmou repetidamente desde então que ela está preparada para deixar negociações sem acordo se ela não estiver satisfeita com os termos oferecidos.

Ela almeja deixar o mercado único e reprimir a imigração. Ela quer uma relação comercial "ousada e ambiciosa" com a União Europeia, mas também quer liberdade para negociar acordos comerciais com outros países.

A política dominará, ao menos na parte inicial das negociações. A resposta da equipe de negociação da União Europeia ao Artigo 50 deverá se tornar clara no fim de abril e a posição da União Europeia será crítica quanto a estabelecer o tom das negociações de saída e acordos comerciais com o bloco.

Enquanto isso, a inflação do Reino Unido está em seu nível mais alto em três anos, vendas no varejo estão vacilantes e o crescimento de renda desacelerou significativamente, apesar dos contínuos níveis baixos de desemprego.

A queda acentuada da libra desde o resultado do Brexit, combinada com a recuperação em preços do petróleo no mundo, pressionou os preços para cima em meses recentes, fazendo surgir temores que a inflação crescente irá desgastar os gastos dos consumidores, o principal motor de crescimento da economia do Reino Unido.

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) afirmou que a inflação atinja um pico de 2,8% no segundo trimestre do próximo ano, mas economistas afirmam que é provável que atinja 3%.

A inflação em alta aumentou as expectativas de que o BoE possa elevar a taxa de juros mais rapidamente do que esperado, particularmente após as atas da reunião de março do BoE mostrarem que um dos decisores votou a favor do aumento.

De acordo com analistas no MNI, as chances de aumento da taxa de juros este ano quase dobraram desde as atas mais enérgicas.

"O mercado agora vê em 44% de chances o aumento em 25 pontos base em novembro de 2017, mais de 25% desde segunda-feira após Kristen Forbes pedir um aumento de 25 pontos base devido à crescente inflação e melhor crescimento, enquanto há tons agressivos de alguns membros nas atas do comitê de política monetária também, afirmou o MNI.

Contudo, analistas no Morgan Stanley afirmaram em uma nota em 21 de março que eles acreditam que um aumento na inflação conduzido por preços de energia ou taxas de câmbio da libra tem menos possibilidade de conduzir a um aperto monetário do que o aumento da renda ou expectativas de inflação.

A probabilidade de outro referendo de independência da Escócia também apresenta riscos à libra, já que poderia levar a um período prolongado de incerteza política interna.

A maioria dos analistas de câmbio esperam que a libra fique sob forte pressão de venda conforme as negociações do Brexit se desenrolem. Isto poderia levar uma menor paridade com o euro e, talvez, também ainda menor frente ao dólar.

Analistas de divisas no Deutsche Bank afirmaram que a libra poderia cair para US$ 1,06 a partir de cerca de US$ 1,2560 atualmente, conforme o peso do processo do Brexit.

Em um relatório especial sobre o Brexit, eles escreveram: "não vemos a libra (atualmente) precificando totalmente o resultado de um Brexit duro. Em combinação com o limitado ajuste no déficit de conta corrente do Reino Unido e crescimento lento, vemos futuros problemas e projeção de US$ 1,06 no fim do ano".

Outros analistas de câmbio não esperam que o acionamento do Artigo 50 tenha impacto relevante de curto prazo na libra, prevendo que a moeda possa se recuperar conforme mercados reajam positivamente uma vez que haja mais clareza na questão.

Analistas no Grupo ING afirmaram em uma nota de pesquisa que enquanto eles acreditam que mais riscos para a libra estejam no lado negativo, eles acreditam que o acionamento do Artigo 50 tenha mais um impacto simbólico na libra.

"Servirá como um choque de realidade que alguns anos delicados estejam pela frente conforme negociações do Brexit se desenrolem e uma nova relação econômica entre União Europeia e Reino Unido tome forma", afirmou a note de 14 de março.

O ING vê um último ponto no ajuste do Brexit. "Esperamos que o par GBP/USD fique em uma base cíclica abaixo de US$ 1,20, enquanto se espera que o par EUR/GBP se estabilize entre 0,88 e 0,90".

O Morgan Stanley acredita que o acionamento do Artigo 50 já está precificado na libra.

"Pode haver muitas manchetes relacionadas ao Artigo 50 nas próximas semanas, mas acreditamos que muito da negatividade em torno da fraqueza de dados econômicos relacionados ao Brexit já está no preço", analistas no banco de investimento afirmaram em uma nota aos clientes em 2 de março.

Mas o Bank of America Merrill Lynch está pessimista em sua perspectiva para a libra conforme o Brexit emerge.

"Rejeitamos a noção de que a libra já precificou totalmente o Artigo 50 e além. Riscos para a moda permanecem no lado negativo com um início conflituoso das negociações", afirmaram analistas em uma nota em 2 de março.

Enquanto isso, riscos políticos tanto para o dólar quanto para o euro permaneciam na linha de frente.

O dólar caiu para a mínima em quatro meses frente a uma cesta de moedas nesta segunda-feira após a administração não conseguir impor legislação para reformular o sistema de saúde por não ter recebido apoio suficiente dos republicanos.

A votação era vista pelos investidores como um teste crítico da habilidade de Trump trabalhar com o Congresso para entregar sua agenda favorável ao crescimento econômico, incluindo cortes nos impostos e gastos com infraestrutura.

Investidores otimistas com o dólar já tinham se decepcionado após o Federal Reserve elevar a taxa de juros este mês mas não sinalizar um timo mais acelerado de futuro aperto monetário, conforme muitos anteciparam.

O dólar tinha subido para a máxima de quase 14 anos em janeiro em meio a expectativas de uma forte recuperação econômica e inflação mais alta, o chamado "Trump Trade".

Investidores também estão monitorando acontecimentos políticos na zona do euro antes da eleição presidencial francesa, com investidores temerosos com o que uma vitória de Marine Le Pen, líder de extrema direita e contrária à União Europeia, possa significar.

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