Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Agentes penitenciários invadiram o plenário onde a comissão especial da Câmara dos Deputados para a reforma da Previdência analisava destaques ao texto-base, causando tumulto e a entrada da tropa de choque da Polícia Legislativa.
Ao invadirem o prédio da Câmara foram disparadas bombas de efeito moral, com o gás chegando ao plenário da comissão, onde os policiais legislativos usaram spray de pimenta.
No meio do tumulto, alguns parlamentares conseguiram deixar o local enquanto muitos agentes penitenciários batiam boca com outros deputados, chamando-os de "covardes". Gritavam também "o sistema vai parar".
A confusão ocorreu após os parlamentares chegarem a um acordo para a retirada de votação de um destaque que incluía de novo os agentes penitenciários na categoria com idade menor para aposentadorias.
Pouco antes, o texto-base da reforma foi aprovado pela comissão por 23 votos a favor e 14 contrários.
Pela manhã, o relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), havia incluído os agentes penitenciários nessa categoria especial.
Depois, sob o argumento de que teria recebido mensagens de parlamentares "revoltados" com a concessão do benefício aos agentes penitenciários ---justamente os que protagonizaram um protesto na véspera em frente ao Congresso Nacional e no Ministério da Justiça---, voltou atrás e retirou a categoria do relatório.
Segundo uma fonte do governo, Oliveira Maia teria recebido um telefonema do Planalto pedindo a retirada dos agentes penitenciários do texto.