BERLIM (Reuters) - A ala mais à esquerda do Partido Social-Democrata (SPD) alemão fez campanha neste sábado para que a legenda não renove a coalizão com o governo conservador da chanceler Angela Merkel, uma semana antes de um congresso do partido para decidir sobre a possível reedição de uma aliança que vigorou de 2013 a 2017.
A campanha dos esquerdistas do SPD, que é de centro-esquerda, ocorre dias após os líderes do partido terem exortado os membros a engolirem suas dúvidas e renovarem a “grande coalizão” com os conservadores de Merkel por mais quatro anos.
Os líderes do SPD enfrentam uma dura tarefa para convencer membros da legenda a aprovarem o acordo no dia 21 de janeiro, durante congresso do partido, e depois novamente em uma votação por correio na conclusão formal das negociações da coalizão.
O líder da corrente Jusos, a juventude do SPD, Kevin Kuehnert, iniciou uma turnê nacional para pedir que os delegados do partido votem contra a grande coalizão. Outros membros da esquerda do partido criticaram as bases da coalizão.
Para conquistar a cúpula do SPD, Merkel concordou em destinar 5,95 bilhões de euros para educação, pesquisa e digitalização até 2021, expandir os direitos dos cuidados infantis e prometeu fortalecer a coesão europeia com maiores contribuições da nação para o orçamento da UE.
Mas alguns sociais-democratas acreditam que faltam concessões ao partido, e também temem que uma nova grande coalizão enfraqueça ainda mais a identidade do SPD, que em setembro obteve seu pior resultado em eleições federais desde 1933.