WASHINGTON (Reuters) - O chefe da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), Scott Pruitt, pode não ficar no cargo por muito tempo após reportagens afirmarem que ele pagou menos que o preço de mercado para viver em um condomínio de propriedade de um lobista que lida com questões supervisionadas por sua agência, disseram parlamentares e uma ex-autoridade do governo Trump em entrevistas televisionadas neste domingo.
Na sexta-feira, ABC News e Bloomberg News noticiaram que, durante os primeiros seis meses de Pruitt em Washington no ano passado, ele fez um acordo para pagar cerca de 50 dólares por noite – menos que um terço do preço de propriedades similares – para alugar um apartamento em um condomínio no bairro de Capitol Hill, do qual o lobista do setor de energia Steven Hart e sua esposa são sócios.
"Eu não sei como você sobrevive a isso e, se ele tiver que sair, é porque ele nunca deveria ter estado lá em primeiro lugar", disse o ex-governador republicano de Nova Jersey Chris Christie, em uma entrevista ao programa This Week, da ABC News, neste domingo.
Christie foi, por um curto período, o chefe da equipe de transição do presidente dos EUA, Donald Trump, e anteriormente já havia levantado preocupações de que muitas nomeações políticas não foram vetadas por tais conflitos de interesses.
A ABC noticiou depois que a filha de Pruitt também usou o apartamento em 2017 durante seu estágio de verão na Casa Branca, o que a esposa de Hart disse que não estava combinado em seu aluguel.
Ele "pode estar de saída" após estas notícias, disse o senador democrata Doug Jones, do Alabama, também no programa da ABC News.
Pruitt não quis comentar as reportagens. A Casa Branca repassou os repórteres para a EPA, que disse que o acordo foi liberado pelos representantes de ética da agência.
"Como disseram as autoridades de ética profissional da EPA em memorando, o acordo imobiliário do Administrador Pruitt para si próprio e sua família não foi um presente e o aluguel foi consistente com as regulamentações éticas federais", disse o porta-voz da EPA, Jahan Wilcox, em um e-mail.
(Reportagem de Valerie Volcovici)