BRASÍLIA (Reuters) - A avaliação negativa do governo do presidente Michel Temer oscilou 2 pontos para baixo, chegando a 72 por cento em março, ante 74 por cento que consideravam o governo ruim ou péssimo em dezembro, de acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira.
A maneira de governar de Temer é desaprovada por 87 por cento dos entrevistados, ante 88 por cento no levantamento passado, mostrou a pesquisa. Além disso, o percentual dos que não confiam no presidente é de 89 por cento, ante 90 por cento em dezembro.
A avaliação positiva do governo ficou em 5 por cento, ante 6 por cento em dezembro, enquanto aqueles que consideram o governo regular somaram 21 por cento, contra 19 por cento, segundo o levantamento.
O percentual dos entrevistados que aprovam a maneira de Temer governar se manteve estável em 9 por cento, ao passo que os que confiam no presidente somam 8 por cento, ante 9 por cento em dezembro.
O levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), também apontou elevados índices de reprovação a algumas políticas que costumam ser apresentadas por Temer como casos de sucesso de seu governo, o que sinaliza ainda mais dificuldades para as pretensões do emedebista de buscar permanecer na Presidência na eleição de outubro.
Na área econômica, as políticas de juros e o combate à inflação, sempre mencionadas por Temer como êxitos de sua gestão, são desaprovadas por 85 por cento e 80 por cento dos entrevistados, respectivamente.
"A população ainda não está percebendo a queda inflação por mais que esses indicadores sejam publicados. Houve aumento gasolina, aumento de gás de cozinha. Tem deflação de alimentos, mas os preços continuam altos", afirmou o gerente-executivo de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca.
"As pessoas não estão convictas de que a economia está se recuperando e que a inflação caiu. Essa boa notícia ainda não está distribuída", disse. Ele apontou também que o desemprego ainda é alto, continua sendo um problema e segue atrelado ao governo.
A atuação do governo na segurança pública, que recentemente tornou-se uma das principais bandeiras de Temer com a criação de um ministério exclusivo para a área e uma intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro, é desaprovada por 84 por cento dos entrevistados, de acordo com a CNI/Ibope.
Outra notícia ruim para Temer, que em seus discursos costuma afirmar que colocou o Brasil nos trilhos após assumir um governo desarranjado da ex-presidente Dilma Rousseff, é o índice dos que avaliam que seu mandato é pior que o da petista: 55 por cento.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre o dias 22 e 25 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
(Por Lisandra Paraguassu)