BRASÍLIA (Reuters) - O indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a Casa Civil em seu governo, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou nesta quinta-feira que o futuro chefe do Executivo vai se reunir na próxima quarta-feira com o presidente Michel Temer para um "ato simbólico" do início do processo de transição.
A equipe de transição de Bolsonaro vai começar a trabalhar a partir da próxima segunda-feira.
Em rápida entrevista na Câmara dos Deputados, Onyx disse que Bolsonaro vai estar em Brasília na terça e na quarta, e acrescentou que caberá ao presidente eleito definir a estrutura final do governo, ao ser questionado sobre a eventual fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
O futuro ministro da Casa Civil afirmou, ainda, que a equipe de governo e a sociedade brasileira como um todo estão "muito felizes" de poder ter como ministro da Justiça o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato em Curitiba (PR).
"Toda a equipe que vai fazer parte do governo, creio que toda a sociedade brasileira está muito feliz de poder ter uma pessoa da qualidade do doutor Sérgio Moro tratando não apenas da área da Justiça, da Segurança Pública e principalmente o combate à corrupção que sempre foi o grande câncer da relação do poder publico brasileiro", disse.
Onyx afirmou ter conversado brevemente com Moro nesta quinta-feira, dando os parabéns a ele, e disse que vinha conversando com o juiz desde a semana passada. Questionado, o deputado negou que tenha havido conversa com Moro durante a eleição. "Não, não, só depois da eleição que surgiu o nome dele", disse.
O futuro chefe da Casa Civil disse ser amigo de Moro desde 2005, e afirmou que o juiz é uma pessoa que admira pelo "trabalho extraordinário" na Lava Jato.
Onyx avaliou que Moro vai indicar pessoas da confiança para a equipe de transição. "Nós vamos conversar sobre a estrutura que vai estar debaixo do comando dele, e ele vai claramente receber do governo todo respaldo, todo apoio para que ele faca um combate implacável à corrupção", disse.
(Por Ricardo Brito)