Os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Aloizio Mercadante, durante a
solenidade de lançamento do Plano de Ações Articuladas Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou hoje (27) de "especulações absolutamente indevidas" notícias veiculadas pela imprensa segundo as quais a nova fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, está se aproximando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao participar do lançamento de uma força-tarefa para combater desvios de merenda e transporte escolar no Ministério da Educação, Cardozo foi questionado sobre o possível envolvimento do ex-presidente na chamada Operação Triplo X, mas disse que a ação está sob sigilo e que não poderia fazer nenhum comentário.
"Apenas posso dizer [falar sobre] as situações que já são públicas. Recentemente, o juiz Sérgio Moro disse que o presidente Lula não é investigado na Operação Lava Jato, e eu não recebi nenhuma informação, mesmo aquelas veiculadas pela imprensa, de que tenha sido praticado qualquer ato investigativo em relação à pessoa do presidente Lula", afirmou o ministro. Moro é o responsável pelos inquéritos da Lava Jato.
"Isso está absolutamente claro, pelas manifestações do próprio Judiciário e daquelas que decorrem das próprias investigações. O presidente Lula não está sendo investigado, nem me parece que, na operação de hoje, tenha sido determinada qualquer medida investigativa em relação à figura do presidente. Portanto, quaisquer outras situações que possam estar sendo colocados ou veiculadas são especulações absolutamente indevidas", acrescentou.
Também nesta tarde, a presidenta Dilma Rousseff classificou de “insinuação” a avaliação de que a nova fase da Operação Lava Jato está se aproximando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nova fase da Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira, investiga lavagem de dinheiro com a compra de empreendimentos imobiliários em Guarujá, no litoral paulista. Três pessoas foram presas. A Polícia Federal apura se imóveis que transferidos pela Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) para a empreiteira OAS foram usados como repasse de propina.
O ministro foi perguntado também sobre carta aberta publicada por mais de 100 advogados, em diversos jornais do país, criticando a Operação Lava Jato. No inicio da carta, os advogados destacam que a operação ocupa lugar de destaque na história do país "no plano do desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados".
"É absolutamente legítimo que qualquer pessoa se expresse em relação a qualquer situação." Cardozo disse que, como ministro não cabe a ele se posicionar quanto ao conteúdo da carta dos advogados. Ele afirmou que qualquer investigação deve ser imparcial, contundente e rigorosamente dentro da lei. "Se alguém acha que a lei está sendo desrespeitada, tem o legítimo direito de se posicionar, assim como aqueles que acham que a lei está sendo respeitada."