Investing.com - O decreto de intervenção federal na área de Segurança Pública do Rio de Janeiro tirou de vez a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência da pauta do governo. De acordo com o site do Estadão, apesar de oficialmente não admitir, a própria equipe econômica de Michel Temer já admite, nos bastidores, que dificilmente as regras da aposentadoria serão mudadas neste ano.
Em conversas reservas, aliados mais próximos ao presidente Temer reconhecem que com a intervenção no Rio, houve uma mudança de ambiente político, que acaba por sepultar uma das propostas que o governo já tinha dificuldades para aprovar. A Constituição proíbe a tramitação de emenda constitucional, enquanto a intervenção estiver em vigor.
Nos discursos oficiais, o Planalto afirma que a proposta está em pé e que o cronograma será mantido. Com isso, reuniões entre lideranças estão mantidas. Hoje, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, participa de um encontro para defender a reforma, que é o maior problema do déficit dos estados, segundo o mandatário fluminense.
O Estadão releva que a medida de intervenção no Rio foi tomada sem um consenso no governo, com a equipe econômica preferindo esperar a votação para Previdência para agir no estado fluminense. Por isso, a estratégia foi decretar a intervenção, dando conta que é possível suspender a medida para a votação da reforma na Câmara. O problema é que essa ideia tem entraves jurídicos.
Outro problema é que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que aspira ser candidato ao Planalto, teria ficado irritado da decisão de Michel Temer ter sido toda sem sua participação, o que prejudica ainda mais as negociações no Congresso.
O decreto de intervenção deve ser votado na noite desta segunda-feira.