BRASÍLIA (Reuters) - O cronograma de votação do projeto de lei com regras para a privatização da Eletrobras (SA:ELET3) está "tranquilo", em meio a turbulências geradas pela inédita intervenção na segurança pública no Rio de Janeiro, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta sexta-feira.
A ação no Rio colocou em dúvida o andamento da proposta da reforma da Previdência no Congresso, uma vez que a Constituição veta emendas constitucionais na vigência de intervenção federal. Mas não há problemas para o projeto da Eletrobras.
Segundo Maia, vai ser criada uma comissão especial na Câmara para analisar a proposta enviada pelo governo. O parlamentar rebateu alegações de que a proposta seria apreciada até o próximo mês.
"Nunca falei que a Câmara votaria a Eletrobras em fevereiro ou março", disse ele, em café da manhã com jornalistas na residência oficial da Câmara.
Na semana passada, ele indicou que a votação poderia ser concluída até abril. O governo espera que a votação ocorra até junho.
Contudo, a proposta de privatizar a Eletrobras tem sofrido resistência por parte do Congresso Nacional, onde grupos de parlamentares prometem se colocar contra a medida, e partidos políticos e sindicatos têm entrado com ações judiciais para tentar atrasar ou inviabilizar o processo.
Com o processo, o governo espera arrecadar cerca de 12 bilhões de reais, em uma operação que deve ser viabilizada com uma oferta de novas ações pela Eletrobras.
A Eletrobras deve usar os recursos da operação para pagar um bônus de outorga bilionário à União em troca de melhores condições nos contratos de suas hidrelétricas.
(Reportagem de Ricardo Brito e Maria Carolina Marcello)