Por Donny Kwok e Wyman Ma
HONG KONG (Reuters) - Depois de um ano em que se viu prisões e o afastamento de cargos públicos de defensores da democracia, milhares marcharam pelas ruas de Hong Kong no dia de Ano Novo para alertar a China a não se intrometer nos assuntos da cidade e minar sua autonomia.
No ano passado, Hong Kong, uma antiga colônia britânica que retornou ao governo chinês em 1997, experimentou o que os críticos e os ativistas pró-democracia descreveram como um ataque intensivo à sua autonomia pelos líderes do Partido Comunista da China.
Isso aconteceu apesar das promessas de Pequim de conceder liberdades abrangentes à cidade, incluindo um poder judicial independente, sob o chamado "um país, dois sistemas".
Além do polêmico encarceramento de vários ativistas proeminentes por causa dos protestos maciços em prol da democracia, as autoridades também expulsaram seis legisladores pró-democracia da legislatura por não terem prestado juramentos apropriados.
A reputação da cidade como uma das jurisdições legais mais robustas da Ásia também está sendo questionada em meio a acusações de uma politização de certos casos legais.
Os manifestantes, que incluíram muitos cidadãos de meia idade e idosos, carregaram cartazes e entoaram o tema principal do protesto "Proteger Hong Kong" durante uma caminhada de vários quilômetros até a sede do governo da cidade.
"Estamos aqui para dizer ao governo que não vamos desistir", disse Joshua Wong, um dos ativistas presos no ano passado, mas que agora está sob fiança enquanto aguarda um recurso.
"Encontramos muitas dificuldades no ano passado, incluindo alguns de nós sendo processados e presos, mas ficaremos ao lado das pessoas de Hong Kong, lutaremos pelo estado de direito, por Hong Kong, pelo futuro e pelas próximo gerações."
Os organizadores da marcha disseram que cerca de 10 mil pessoas apareceram. Polícia, no entanto, estimou o número em 6.200.