BRASÍLIA (Reuters) - Partidos da base governista promoveram a troca de alguns membros da comissão da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, quando o colegiado deve votar a proposta que vem sendo acompanhada de perto pelo mercado e é considerada imprescindível para a retomada do reequilíbrio fiscal.
"É natural que os partidos da base sejam representados nessa comissão por pessoas afinadas com o pensamento do governo e dos seus partidos", disse a jornalistas o presidente da comissão, deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
"É até destoante partidos representados numa comissão importante como essa, que trata de uma questão basilar para o governo e para o Brasil, por dissidentes", acrescentou.
Pelos partidos PMDB/PP/PTB/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN/PRTB, o deputado Carlos Melles (DEM-MG) entrou como titular no lugar de José Carlos Aleluia (DEM-BA).
Também pelos mesmos partidos, a suplência do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) foi trocada pela de Paulo Azi (DEM-BA).
Mas a assessoria da liderança do DEM na Câmara justificou as mudanças "em função de compromissos no exterior relacionados ao partido".
No lugar do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que era titular do colegiado pelos partidos PSDB/PSB/PPS/PV, foi indicado o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que é líder dos tucanos na Câmara.
Em entrevista realizada mais cedo à rádio CBN, o relator da matéria na comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), disse esperar uma aprovação do texto nesta quarta-feira com no mínimo 22 votos, podendo chegar a 24 de um total de 37 votos da comissão.
O governo dá como certa a vitória na comissão, onde conta com número alto de aliados.
Depois dessa fase, a Proposta de Emenda à Constituição que endurece as regras para aposentadoria precisará ser apreciada em dois turnos no plenário da Casa, onde precisa de pelo menos 308 votos --apoio que o governo ainda não tem de maneira consolidada.
(Por Marcela Ayres)