Estouro do teto com Lula 3 será de ao menos R$ 399 bilhões

Publicado 28.10.2025, 06:40
© Reuters Estouro do teto com Lula 3 será de ao menos R$ 399 bilhões

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá gastos de pelo menos R$ 399 bilhões acima dos limites legais de 2023 a 2026.

A conta inclui tudo o que ficou fora da conta do teto de gastos em 2023 e do marco fiscal em 2024 e 2025. Também considera o que já está contratado ou prestes a ser liberado para ser gasto a mais em 2026.

No 1º ano da pandemia, em 2020, o Congresso aprovou um decreto de calamidade pública e suspendeu a meta fiscal por causa da crise sanitária. Houve uma licença para o governo de Jair Bolsonaro (hoje no PL) gastar R$ 520 bilhões sem descumprir a regra, via crédito extraordinário. Por isso os valores para esse período estão zerados no quadro acima.

No próximo ano, 2026, são esperados gastos fora da meta de gastos primários com estes itens:

  • precatórios: R$ 57,8 bilhões;
  • investimentos de estatais: R$ 4,2 bilhões;
  • investimentos em defesa: R$ 5 bilhões. Esse valor está em projeto de lei na Câmara, já aprovado pelo Senado, que estabelece estouro de R$ 30 bilhões no teto em 5 anos.

GASTO AUMENTA EM 2025

Houve licença especial do Congresso para acomodar gastos em 2023, na chamada PEC fura-teto. Depois, no ano seguinte, foi aprovado o novo marco fiscal. O estouro do teto ficou em R$ 31,8 bilhões. Chegará a R$ 47 bilhões em 2025. E subirá mais (R$ 67 bilhões) em 2026.

O governo Lula retirará R$ 208,4 bilhões das regras fiscais se desconsiderados os precatórios (sentenças judiciais) de 2023 a 2026. A PEC fura-teto representa 69,6% deste valor.

DÍVIDA SOBE COM LULA

A dívida bruta do governo estava em 75,3% do PIB em dezembro de 2018, no último mês do governo Michel Temer (MDB). Houve aumento na pandemia, mas depois baixou. Encerrou 2022 a 71,7% do PIB. Agora, está em 77,5% do PIB (com dados de agosto, os últimos disponíveis).

O resultado dessa deterioração é que a confiança dos investidores diminui e eles exigem juros mais altos dos papéis do governo.

ANÁLISE

É forte o contraste dos dados acima com o 1º governo de Lula (2003-2006). Em 2002, último ano da administração de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o país havia conseguido superavit primário de 3,89% do PIB (Produto Interno Bruto). Em 2003, início do governo de Lula, o superavit aumentou para 4,32% do PIB. Em 2008, no 2º mandato de Lula, o Brasil conquistou o grau de investimento por agências de classificação de risco. Durou até 2015, no 1º ano do 2º mandato de Dilma Rousseff (PT).

O ministro Fernando Haddad tem afirmado que decisões no governo de Jair Bolsonaro (PL) levaram a aumento de gastos na atual gestão. Mas ele não diz que o governo atual não se esforçou para reduzir esses gastos. Também decidiu por novos (leia mais sobre esses casos lendo esta reportagem).

Falta credibilidade à meta fiscal por causa das exceções crescentes ao que é contabilizado. O resultado da política fiscal frouxa é que o BC (Banco Central) precisa apertar a política monetária para segurar a inflação. A Selic está em 15% ao ano. É a 2ª maior taxa de juros do mundo.

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.