👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Governo quer prazo para reforma da Previdência nos Estados, mas enfrenta resistência da base

Publicado 27.03.2017, 21:52
© Reuters. Ministro interino do Planejamento, Dyogo de Oliveira

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O Palácio do Planalto quer adotar um prazo de seis meses para que Estados e municípios façam as suas reformas da Previdência, apesar da decisão, anunciada na semana passada, de retirar os servidores estaduais das mudanças federais, mas a proposta desagradou os líderes da base, informaram à Reuters fontes do governo.

A proposta apresentada ao presidente Michel Temer pelo deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) já foi analisada e encampada pela equipe econômica, que não ficou satisfeita com a retirada dos Estados do processo de reforma.

Na semana passada, Temer anunciou que estava retirando os servidores de Estados e municípios da reforma federal, alegando que não faria diferença para o déficit nacional e facilitaria a tramitação da proposta na Câmara.

A mudança foi feita por pressão dos parlamentares, que alegaram que seria mais fácil desmobilizar os protestos dos servidores estaduais, como policiais e professores.

A decisão, anunciada pessoalmente por Temer, tirou pressão dos parlamentares, mas desagradou os governadores e teve repercussão negativa no mercado financeiro.

A fórmula desenhada pela equipe econômica alivia o impacto da retirada dos servidores estaduais ao dar um prazo para que os governos locais façam suas próprias regras. Se as reformas estaduais e municipais não forem aprovadas, passam a valer as regras federais. A mudança, discutida nesta segunda-feira, ainda não é consenso.

"Pode ser uma outra solução, mas deve ter alguma coisa. Os governadores reclamaram muito", disse uma das fontes. Se for acatada, a mudança deve ser apresentada como uma emenda do relator da Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).

A proposta, no entanto, enfrenta resistência da base governista.

"Quando falaram que ia voltar de alguma forma, os deputados resistiram. Tem aquela sensação de 'vai sobrar de novo para a gente'", disse a fonte

A retirada dos Estados e municípios foi um pedido de quase todas as bancadas da base e Temer decidiu acatar para facilitar a tramitação da reforma. A pressão dos servidores públicos estaduais, mais próximos aos deputados, era grande.

Ao sair da reunião, o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), minimizou a discussão. Segundo ele, a reunião não teria tratado profundamente do tema.

"Essa questão dos seis meses foi ventilada mas não tem nada decidido. Não estou dizendo que não podemos avançar nessa discussão, mas não foi discutido", garantiu.

Moura defendeu que os Estados têm "realidades diferentes" e "nada mais justo" que cuidem das suas reformas. O deputado acrescentou ainda que a retirada dos Estados e municípios "distensionou muito a base" e que, depois disso, o governo já teria votos para aprovar a reforma.

Antes mesmo da reunião, integrantes do governo já defendiam a proposta de prazo para os Estados realizarem suas próprias reformas.

"Juridicamente é uma solução viável os seis meses para que Estados e municípios tomem sua decisão. Cada Estado vai ter que tomar sua própria iniciativa, se entra na reforma da União ou faz a sua própria", defendeu o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira.

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, avaliou que a mudança ajudaria os governadores. "Serve para que os Estados possam ter mais condições de argumento com as assembleias estaduais", disse antes da reunião dos ministros com os líderes do governo no Congresso e o relator da PEC da reforma.

© Reuters. Ministro interino do Planejamento, Dyogo de Oliveira

Após a reunião, Moura disse que não cabe ao governo federal avaliar se os Estados serão bem-sucedidos ou não na tentativa de fazerem suas próprias reforma.

"Se vai conseguir ou não, cada governador... não podemos discutir se cada um vai ou não conseguir."

O governo tenta fechar essa semana os últimos detalhes do relatório de Oliveira Maia sobre a reforma para apresentá-lo ainda esta semana.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.