Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal vai disponibilizar 100 milhões de reais para ajudar a financiar os Jogos Paralímpicos do Rio por meio de acordos de patrocínio de empresas estatais ao evento, afirmou nesta quinta-feira o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, após participar de reunião para finalizar os detalhes do acordo.
Padilha, que acompanhou o presidente interino Michel Temer em um encontro com autoridades olímpicas e ministros no Parque Olímpicos do Rio, disse que empresas públicas como Embratur e Apex vão destinar recursos ao evento de setembro, que enfrenta um buraco no orçamento e problemas de arrecadação.
Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, a Petrobras (SA:PETR4) também pode comprar direitos de marketing relacionadios aos Jogos Paralímpicos. [nL1N1AZ111]
"Na reunião de agora à tarde ficou fechado o valor do governo federal. As empresas que tiveram o compromisso confirmaram o compromisso", disse Padilha, que citou o valor de 100 milhões de reais como compromisso do governo federal, além de outros 150 milhões que foram prometidos pela Prefeitura do Rio.
"O assunto está resolvido, as Paralimpíadas estão garantidas", acrescentou, sem informar qual será de fato o valor destinado pelas estatais para o evento.
Segundo Padilha, os detalhes do patrocínio público aos Jogos serão anunciados na sexta-feira pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), que já tem uma entrevista coletiva convocada para falar sobre os preparativos para os Jogos Paralímpicos.
O próprio Padilha havia afirmado em 4 de agosto, véspera da cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio, que o governo federal iria socorrer o comitê organizador dos Jogos com 120 milhões de reais e a Prefeitura do Rio iria liberar outros 150 milhões de reais.
A liberação dos recursos públicos, no entanto, foi questionada na Justiça e um juíza chegou a vetar a transferência da verba até que fosse dada publicidade das receitas e despesas do Comitê Rio 2016.
Na quarta-feira, um desembargador do Tribunal Regional Federal da 2a Região atendeu aos pedidos feitos pela União e pela prefeitura e autorizou os repasses.
Paralelamente a isso, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) também determinou que o município do Rio está proibido de socorrer os Jogos Paralímpicos sob pena de cometer crime eleitoral, uma vez que o país já se encontra em período eleitoral para as eleições municipais de outubro.
A ajuda do governo à Paralimpíada se torna ainda mais decisiva diante da baixa arrecadação com ingressos para a competição, que acontecerá entre 7 e 18 de setembro. Segundo os organizadores, apenas 12 por cento dos ingressos foram vendidos, o que é encarada como uma preocupação.