👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Intervenção federal na segurança do Rio divide especialistas e representantes das polícias

Publicado 16.02.2018, 19:26
© Reuters. .

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A inédita decisão de intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro está dividindo opiniões de especialistas, representantes das polícias e da própria população local.

O decreto para a intervenção federal foi assinado nessa sexta-feira após intensas negociações nas últimas horas entre os governos federal e estadual. O acordo veio após uma onda de violência no Estado que começou ainda em 2016, quando o Rio de Janeiro decretou calamidade financeira, se agravou em 2017, ano em que os casos de roubos de cargas, balas perdidas e mortes de policiais avançaram e atingiu o ponto máximo durante o Carnaval deste ano.

Nos dias de folia, quando mais de 6 milhões de pessoas, sendo um quarto de fora do Rio, brincavam nos quase 500 blocos autorizados, cenas de arrastões, brigas, assaltos, tumultos no metrô, invasão a aeroporto, mortes e balas perdidas colocaram o problema da criminalidade no Rio de Janeiro ainda mais sob os holofotes.

Para o presidente da Associação dos Policiais Militares do Rio de Janeiro, Fernando Belo, a situação da violência no Estado exige uma atuação mais dura.

“É triste a situação em que o Rio chegou, mas a intervenção é esperança de que as coisas possam se resolver mesmo que tardiamente”, disse ele à Reuters.

Para Belo, é preciso estancar a morte de inocentes no Rio de Janeiro por bem ou por mal.

“Pode haver um banho de sangue (com a intervenção), acredito que sim, mas às vezes para se ter paz é preciso derramar sangue, não de inocentes, mas dos bandidos que assolam o Estado de forma impiedosa", acrescentou.

Já Fernando Bandeira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, é totalmente contra a intervenção e considera que a medida remete ao período da ditadura militar.

“Isso é uma imposição, parece que voltamos aos tempos da ditadura. A solução não está aí”, avaliou.

Os dois representante de classe concordam em um ponto: que para melhorar a segurança no Estado é preciso retomar investimentos, capacitação e diminuir a defasagem de policiais nos quadros da Polícia Militar e da Polícia Civil.

O especialista em segurança, Paulo Storani, ex-subcomandante do Bope, tropa de elite da PM do Rio de Janeiro, discorda da intervenção na segurança do Estado e defende um esvaziamento das Unidades de Polícia Pacificadora (são quase 40 ), para aumentar o efetivo nas ruas do Rio de Janeiro

“Por que achar que uma intervenção vai dar certo se o governo federal não consegue fazer o seu próprio dever de casa? Eles não controlam fronteiras secas e molhadas do país, não têm acordos diplomáticos com os países vizinhos para evitar entrada de armas e drogas”, disse ele à Reuters

“Não se deve esperar grandes prisões e apreensões até porque vão atuar em áreas desconhecidas e não tem a capacitação para essas ações... o ideal seria liberar homens hoje destacados para UPPs para atuar nas ruas. Já passou da hora de admitir a ineficiência das unidades e desmobilizá-las”, acrescentou.

Nas ruas, as opiniões estão dividas.

“Acho temerário e pode ser uma jogada política, parece mais um paliativo“, disse o servidor público Alan Souza.

© Reuters. .

Já o advogado Luiz Fernando Almeida está mais otimista com a intervenção. "O Rio de Janeiro quebrou, acabou, tem que tentar algo mesmo. As pessoas estão com medo de sair de casa e isso não pode continuar", disse.

O governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (MDB), disse à Reuters que aceitou a intervenção porque esse lhe parece ser o único caminho para o Rio vencer a criminalidade.

“A violência se alastrou muito, e só com intervenção e integração vamos conseguir vencer essa quantidade absurda de armas no Rio”, disse. “Estou pensando na população e preocupado com ela.”

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.