Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - A aprovação da reforma da Previdência ainda é incerta, apesar do apoio crescente entre os deputados, e a votação da proposta ficou para 2018, disse nesta quarta-feira o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Segundo Jucá, o adiamento da votação foi acertada entre os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o Palácio do Planalto. Em princípio, avaliou o senador, a apreciação da proposta fica para fevereiro, mas pode ocorrer em janeiro caso haja um entendimento entre Maia e Eunício para uma convocação extraordinária do Congresso.
“Não é certa a aprovação, mas estamos trabalhando e tem crescido o número de votos a favor da reforma da Previdência”, disse Jucá a jornalistas.
O líder do governo no Senado negou que o adiamento tenha sido uma derrota do governo e creditou a decisão a uma provável falta de quórum na próxima semana, já que o Congresso deve votar nesta quarta-feira o Orçamento de 2018. Normalmente, essa votação é o último momento de quórum alto antes do recesso, que começa dia 23.
“A reforma da Previdência é muito importante, nós estamos avançando no convencimento da votação. Hoje mesmo o PSDB fechou questão... outros partidos estão analisando fechar questão, mas por uma combinação entre o presidente Eunício e o presidente Maia, hoje será votado o Orçamento Federal”, argumentou Jucá.
“Sendo votado o Orçamento federal, forçosamente na próxima semana não haverá um quórum da forma como nós queremos para votar a reforma da Previdência”, acrescentou. Como a reforma é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) são necessários os votos de pelos 308 dos 513 deputados.
O anúncio pegou de surpresa o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Para ele, Jucá apenas expressou uma opinião pessoal.
"O senador Romero Jucá, ele expressou sua opinião de que ele acha isso uma solução viável e possível e uma solução que é possível que ocorra, mas evidentemente isso não é uma decisão ainda, pode não ser e continuamos trabalhando tendo como objetivo votar, se possível ainda de fato na semana que vem", disse Meireles a jornalistas em São Paulo, onde participou de um evento
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)