BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartou nesta quinta-feira um fatiamento da Embraer (SA:EMBR3) que colocasse parte da fabricante de aeronaves -da qual o governo brasileiro tem ações com direito a veto- numa negociação para venda do controle.
Falando a jornalistas, Jungmann reiterou que o governo aceita discutir parcerias comerciais, mas não abre mão de manter o controle da empresa.
Na semana passada, Boeing e Embraer admitiram que discutiram uma combinação de negócios. A ação da Embraer subiu 22,5 por cento, maior alta diária desde 1999.
"Nenhum país do mundo abre mão do controle de uma empresa como essa. Tem um núcleo dela, que é a defesa, que é inalienável", disse ele, citando exemplos de empresas americanas e europeias que atuam na área comercial e militar.
Segundo o ministro, a área da defesa dentro da Boeing é "siamesa" do setor de aviação comercial. Ele destacou que a área de pesquisa da Embraer impulsiona o setor comercial da empresa.
Jungmann disse que vai pedir explicações ao representante da Aeronáutica no conselho de administração da Embraer sobre as tratativas com a Boeing. O ministro leu um artigo do estatuto da Embraer que diz que o governo brasileiro teria de ser informado previamente de quaisquer tratativas com outras empresas.
O ministro mostrou-se preocupado com informações de que negociações teriam ocorrido à revelia do conhecimento do governo. Mas ressaltou que não tratou disso como verdade. "Não estou dizendo que isso aconteceu", frisou.
Nesta quinta-feira, a ação da companhia brasileira caía 0,7 por cento às 13h43. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,37 por cento.
(Reportagem de Ricardo Brito)