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Lava Jato aprofunda investigação sobre corrupção em concessão de rodovias no Paraná

Publicado 26.09.2018, 13:52
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(Reuters) - A Polícia Federal foi às ruas nesta quarta-feira para cumprir 19 mandados de prisão em um aprofundamento das investigações sobre esquema de corrupção na concessão de rodovias federais no Estado do Paraná envolvendo seis concessionárias, informaram a PF e o Ministério Público Federal.

As concessionárias são suspeitas de pagamento de propina em contratos para a administração de 2,5 mil quilômetros do Anel de Integração do Estado do Paraná.

Cerca de 400 agentes da PF, do MPF e da Receita Federal participam da ação realizada nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo contra as concessionárias Econorte, Ecovia, Ecocataratas, Rodonorte, Viapar e Caminhos do Paraná, além de intermediadores e agentes públicos corrompidos, disseram as autoridades.

"O objetivo é aprofundar as investigações sobre a prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, estelionato e peculato em esquema relacionado à administração das rodovias federais no Paraná", disse o MPF em nota sobre a operação, 55ª fase da Lava Jato.

Segundo a investigação, foi identificado um amplo esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propina a agentes públicos a fim de obter boa vontade da administração estadual para a análise de pleitos de aditivos e outros atos que atendessem aos interesses das empresas.

As autoridades estimam que houve pagamento de propina de ao menos 55 milhões de reais por meio de dois esquemas separados envolvendo as concessionárias e agentes públicos, que foram de 1999 até 2015.

Na primeira etapa da operação, deflagrada em fevereiro, a PF e o MPF investigaram casos suspeitos de corrupção ligados à gestão das concessões rodoviárias federais da concessionária Econorte, da Triunfo Participações, no Estado do Paraná.

Segundo a PF, a análise das provas e dados reunidos na primeira fase e acordos de colaboração premiada firmados por alguns investigados possibilitaram a identificação de "núcleos específicos e organizados que atuavam de forma criminosa para explorar e obter benefícios indevidos a partir dos contratos de concessão de rodovias federais" paranaenses.

Entre os núcleos da organização havia um político, composto por altas autoridades do Governo do Paraná que agiam praticando atos de ofício em benefício das concessionárias e realizando influência política junto aos órgãos técnicos, assim como o núcleo empresarial, composto por funcionários, diretores e presidentes das concessionárias que se organizavam para ratear o pagamento de propina e propor aditivos contratuais, segundo as autoridades.

CONCESSIONÁRIAS

A CCR (SA:CCRO3) Rodovias, que administra a Rodonorte, disse em comunicado enviado à Reuters que tem contribuído com as autoridades no sentido de esclarecer todos os pontos pertinentes à questão em curso e que permanece à disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários.

A empresa confirmou em fato relevante a realização de operações de busca e apreensão na sede da companhia e da controlada Rodonorte, assim como nas residências de executivo e ex-executivo da Rodonorte. Além disso, foram decretadas as prisões temporárias do ex-diretor presidente da RodoNorte José Alberto do Rêgo Moita, e do diretor operacional da RodoNorte Cláudio José Machado Soares.

A Ecorodovias (SA:ECOR3), que detém as concessionárias Ecovia e Ecocataratas, também citou em fato relevante as operações da PF envolvendo a empresa, suas controladas e executivos, com as prisões temporárias de Evandro Couto Vianna, executivo da concessionária Ecovia Caminho do Mar, de São José dos Pinhais (PR), e Mario Cezar Xavier Silva da Ecocataratas, em Cascavel (PR).

Já a Viapar disse em comunicado enviado à Reuters que "sempre cumpriu todas as regras legais e está comprometida em atender ao contrato de concessão, de forma ética e transparente". A empresa ainda afirmou que sempre esteve à disposição das autoridades para esclarecimentos.

A Caminhos do Paraná também confirmou que foi alvo de uma ação da PF, durante a qual foram expedidos mandados de prisão temporária ao diretor presidente da empresa, José Julião Terbai Junior, e ao ex-diretor presidente da companhia entre 2006 e 2015, Ruy Sergio Giublin.

A empresa afirmou ainda considerar a prisão "desnecessária, visto que tem prestado os esclarecimentos necessários e jamais negou colaboração".

A Triunfo Participações também confirmou por meio de fato relevante que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa e em sua subsidiária Econorte. Além disso, a empresa afirmou que o presidente do conselho de administração, Luiz Fernando Wolff de Carvalho, teve a prisão preventiva decretada e renunciou ao cargo.

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Às 13:48, as ações da CCR caíam 5,14 por cento e as da Ecorodovias tinham perda de 3,09 por cento, entre as maiores baixas do Ibovespa, que rondava a estabilidade. Os papéis da Triunfo, que não fazem parte do índice, estavam em leilão e, na mínima, chegaram a cair pouco mais de 1,5 por cento.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro, com reportagem adicional de Flavia Bohone, em São Paulo)

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