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Lava Jato: “doleiro dos doleiros” movimentou US$ 1,6 bi em propina

Publicado 03.05.2018, 10:29
Atualizado 03.05.2018, 10:40
© Reuters.  Lava Jato: “doleiro dos doleiros” movimentou US$ 1,6 bi em propina

A Operação deflagrada hoje (3) pela Polícia Federal (PF), denominada “Câmbio, Desligo”, tem como principal alvo o doleiro Dario Messer, descrito por delatores como “doleiro dos doleiros” e responsável por dissimular repasses milionários de propinas ao ex-governador do Rio, Sergio Cabral.

Segundo as investigações, conduzidas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, o doleiro seria o maior responsável por um sistema internacional de pagamentos de propina, chamado “Bankdrop”, que teria movimentado, desde os anos 1980, mais de US$ 1,6 bilhões, por meio de 3 mil empresas offshores com contas em 52 países.

O juiz Marcelo Bretas, da 7a Vara Federal do Rio de Janeiro, autorizou o cumprimento de 45 mandados de prisão preventiva, bem como ordenou a prisão temporária de duas pessoas. Os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal.

As investigações são baseadas nas delações premiadas dos doleiros Vinícius Claret, conhecido como “Juca Bala”, e Cláudio Fernando, o “Tony”, que trabalhavam sob a alçada de Messer e assumiram a movimentação de recursos ilícitos para Cabral, oriundos de diversos esquemas de corrupção.

A organização criminosa foi também descrita pelos irmãos Marcelo e Renato Chebar, outros dois doleiros mais próximos de Cabral que foram denunciados na Operação Eficiência, deflagrada em janeiro do ano passado.

Os irmãos Chebar disseram, segundo o Ministério Público Federal (MPF), que procuraram os serviços de Messer, por intermédio de Juca Bala e Tony, depois que Cabral assumiu o governo fluminense, o que aumentou significativamente a movimentação de recursos ilícitos.

Os doleiros envolvidos seriam os responsáveis por movimentar “grande parte da propina desviada pela organização criminosa instalada em administrações públicas no Estado do Rio de Janeiro”, escreveu Bretas no despacho em que autorizou a operação desta quinta-feira.

A operação conta com a cooperação da Receita Federal e ainda de autoridades do Uruguai, por onde escoaria boa parte da propina. Outros quatro mandados de prisão preventiva são cumpridos no país vizinho.

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