BERLIM (Reuters) - O Partido Democrático Liberal (FDP) espera ficar com o Ministério das Finanças em troca de sua participação como parceiro minoritário na próxima coalizão da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse um membro da Executiva da legenda.
Estabelecendo suas condições dias antes de eleições federais nas quais uma vitória de Merkel é quase certa, embora sem uma maioria absoluta, o FDP também descartou uma parceria com os conservadores de Merkel se a chanceler apoiar planos da França para aprofundar a integração fiscal na zona do euro.
Visto com frequência como um aliado natural de Merkel, o socialmente liberal FDP foi parte de seu segundo governo entre 2009 e 2013. O partido perdeu suas vagas no Parlamento naquele ano, mas espera voltar como a terceira maior força da legislatura no domingo.
O atual ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, da União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, ocupa o posto desde 2009 e é o membro mais destacado de seu gabinete.
Mas Alexander Hahn, membro da Executiva nacional do FDP, disse que a pasta deveria ser dada a um correligionário seu.
"O FDP não deveria entrar em nenhum governo no qual não possa indicar um ministro das Finanças", disse Hahn ao jornal Bild nesta segunda-feira.
No domingo, o líder do FDP, Christian Lindner, afirmou que estabelecer uma agenda para a Europa é o tema mais importante para seu partido em qualquer conversa sobre uma coalizão com os conservadores depois da votação de 24 de setembro.
"Temo que a senhora Merkel já tenha concordado com novos mecanismos de financiamento (para a União Europeia) com (o presidente francês, Emmanuel) Macron", disse ele ao jornal Welt am Sonntag.
"Tudo que for na direção da transferência financeira em nível europeu, seja um orçamento para zona do euro ou uma união bancária, é uma linha vermelha para nós".
Macron, que deve apresentar sua visão para o futuro da zona do euro no dia 26 de setembro, pediu um ministro das Finanças e um orçamento exclusivos para o bloco, e na quarta-feira o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, exortou os governos da UE a usarem a recuperação econômica como uma plataforma para uma união mais estreita.
O FDP tem entre 8 e 10 por cento das preferências nas pesquisas para a eleição, e os conservadores de Merkel aparecem com cerca de 37 por cento, o que não basta para dar uma maioria às duas forças combinadas.
(Por Joseph Nasr)