BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que as negociações sobre uma regra de transição na Previdência para servidores que entraram na ativa antes de 2003 continuam, mas não podem acarretar em redução das economias com a aprovação da reforma.
Maia também avaliou que caso a reforma não seja votada em fevereiro, como está marcada, ficará “muito difícil” aprová-la no próximo ano. Ressaltou, no entanto, que o governo terá os votos necessários até lá --por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ela precisa do voto favorável de pelo menos 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação.
“Eles (servidores) sabem que nós não vamos abrir mão de mais nem um real, quer dizer, a economia (obtida com a reforma) vai ser na faixa de 480 bi e disso a gente não pode abrir mão, porque senão a relação dívida/PIB sai de controle e aí podemos caminhar para uma hiperinflação, para uma moratória. Os servidores sabem disso”, disse Maia a jornalistas.
O presidente da Câmara disse ainda, pouco antes de reunião com governadores de Estados, que pedirá a ajuda dos dirigentes estaduais para “pressionar” pela aprovação da reforma da Previdência.
“Eles querem votar o projeto da securitização da dívida, que o Senado já votou”, disse Maia, argumentando que “todo final de ano” o Congresso é procurado por governadores em busca da aprovação de medidas que os ajudem a fechar suas contas.
“A gente precisa que os governadores entendam que essa agenda de reformas, de redução de gastos públicos, ela veio para ficar”, afirmou.
O presidente da Câmara aproveitou para anunciar que a Casa deve discutir uma PEC no próximo ano para tratar das despesas obrigatórias do governo. A ideia, segundo Maia, é já apresentar a proposta e deixá-la “pronta para a próxima legislatura”.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)