Por Michelle Martin
BERLIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os conservadores enfrentaram negociações difíceis com os social-democratas (SPD) no domingo, em um esforço para formar uma coalizão governante, e não estava claro quando os dois partidos chegariam ao fim das negociações.
Mais de quatro meses após a eleição nacional, a maior economia da Europa e uma notável mediadora vive uma paralisia política, causando preocupação entre investidores e países parceiros de que a formulação de políticas em questões-chave como a iminente saída do Reino Unido da União Europeia e a reforma da zona do euro podem ficar comprometidas.
Os conservadores e o SPD estipularam o prazo até domingo para um acordo para a renovação da "grande coalizão" no governo desde 2013, mas alguns políticos disseram que as discussões podem ocorrer até segunda ou terça-feira - e depois disso os membros das bases do SPD ainda precisam aceitar quaisquer acordos.
"Ainda não é possível dizer quanto tempo vai levar - estabelecemos boas bases ontem, mas ainda há questões importantes que precisam ser resolvidas", disse Merkel, no cargo há 12 anos, antes de entrar em negociações. As partes chegaram a acordos sobre energia e agricultura no sábado, mas continuam a disputar questões da saúde.
Merkel, que aposta no SPD para garantir seu quarto mandato no cargo, acrescentou: "Eu vou negociar com boa vontade hoje, mas também acredito que vamos enfrentar negociações difíceis". O líder do SPD, Martin Schulz, disse que os partidos convergiram em relação a muitos problemas nos últimos dias, mas continuam em desacordo com a demanda de seu partido para abolir os contratos de prazos fixos para os trabalhadores e seu apelo para substituir o sistema de saúde duplo público-privado da Alemanha por um sistema de assistência para todos. As políticas de saúde e trabalhista são cruciais para o SPD, cujos 443.000 membros - muitos dos quais se opõem a formar outra coalizão complicada com Merkel depois que seu partido sofreu o pior resultado do pós-guerra nas eleições de setembro - terão a chance de vetar qualquer acordo final da coalizão.
"Teremos que negociar muito, muito intensamente sobre essas questões hoje e acho que os acordos são possíveis, mas ainda não foram alcançados", disse Schulz.