Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A força-tarefa da operação Greenfield, do Ministério Público Federal (MPF), abriu uma nova investigação sobre o economista Paulo Guedes, indicado pelo candidato à Presidência da República do PSL, Jair Bolsonaro, como superministro da Economia em caso de vitória, segundo documento de instauração da investigação obtido pela Reuters.
O novo procedimento, conforme o documento, tem por objetivo investigar a possível ocorrência dos crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas e emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias em relação aos investimentos realizados em uma empresa realizado por fundos de pensão, com o auxílio, entre outras empresas, da BR Educacional Gestora de Recursos, de Paulo Guedes.
O MPF quer ouvir preliminarmente o economista no dia 6 de novembro de 2018.
Em nota, a defesa de Guedes disse que a investigação se baseia em um "relatório fragilíssimo, que tratou de apenas um, dentre quatro investimentos realizados pelo fundo".
"O relatório omite o lucro considerável que o fundo tem propiciado aos investidores e a perspectiva de lucro de mais de 50 por cento do valor investido. Ou seja, não houve qualquer prejuízo às partes envolvidas", disse.
"Vale ressaltar ainda que o senhor Paulo Guedes jamais teve qualquer poder de deliberação sobre o destino dos investimentos, os quais foram todos aprovados pelo Comitê de Investimentos, formado por membros indicados pelos cotistas", destacou.
"Por fim, causa perplexidade que, a setenta duas horas das eleições, o Ministério Público instaure uma investigação para apurar um investimento que deu lucro aos fundos de pensão", afirmaram os defensores de Guedes.
No início do mês, o economista foi alvo de outra apuração da Greenfield a partir de relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Naquela, o MPF apura se Guedes cometeu dois delitos da Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional: gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e se emitiu e negociou títulos mobiliários sem lastro ou garantias.