BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quarta-feira que o PSDB está fora da base de apoio do presidente Michel Temer, mas afirmou acreditar que o partido apoiará a proposta de reforma da Previdência por causa do compromisso que já manifestou com essas mudanças.
"O PSDB não está mais na base de sustentação do governo", disse Padilha em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Os tucanos ocupam três ministérios no governo Temer --Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy; Relações Exteriores, com Aloysio Nunes, e Direitos Humanos, com Luislinda Valois. Padilha disse que a troca de comando nas pastas lideradas por tucanos é uma questão que caberá a Temer e disse que o presidente poderá manter alguns desses ministros em sua cota pessoal.
O PSDB vive um racha interno sobre a permanência no governo Temer e, na véspera, chegou a um entendimento que deve levar o governador de São Paulo a ser candidato único à presidência da legenda em convenção nacional marcada para 9 de dezembro. Alckmin tem afirmado que desde o início do governo Temer defendeu que o PSDB não nomeasse ministros.
Padilha disse que Alckmin, que tem defendido a necessidade de reformar a Previdência, poderá ajudar na aprovação da proposta caso "se manifeste objetivamente" a favor das mudanças.
O ministro disse ainda que o PMDB apoiará na eleição presidencial do ano que vem um candidato que defenda o legado de Temer e afirmou que, caso um candidato tucano ao Planalto diga que defenderá esse legado "por inteiro", abre-se a possibilidade de o PMDB apoiá-lo.
Alckmin, que já tem falado publicamente como pré-candidato à Presidência, é apontado como nome mais provável do PSDB para disputar o Palácio do Planalto no ano que vem.
(Reportagem de Ricardo Brito, com reportagem adicional de Eduardo Simóes)