PARIS (Reuters) - O plano do presidente francês, Emmanuel Macron, de criar uma lei para combater as chamadas fake news está enfrentando obstáculos.
Usuários do Twitter levaram a hashtag "InventeDesFakeNews" (invente notícias falsas) aos assuntos mais comentados da rede social, enquanto parlamentares de oposição advertem contra uma ameaça às liberdades civis e especialistas dizem que uma lei pode não ser a melhor maneira de alcançar o objetivo.
O anúncio feito por Macron na quarta-feira foi a tentativa mais recente para lidar com a propagação mundial de informações incorretas em redes sociais -- chamadas de "fake news" pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O plano permitiria que juízes bloqueassem um site ou a conta de um usuário, especialmente durante eleições, e obrigaria plataformas online a publicar o nome de quem está por trás de conteúdos patrocinados. Essa proposta resultaria em mais perguntas do que respostas, dizem críticos.
"Apenas regimes autoritários tentam controlar o que é a verdade", disse o senador conservador Bruno Retailleau. A liberdade de expressão traz riscos, mas isso é melhor "do que a tentação de controlar mentes", disse.
Usuários do Twitter na França criaram suas próprias notícias falsas com a hashtag #InventeDesFakeNews, indo de executivos doando dinheiro para reduzir a dívida da França até a ressurreição de cantores mortos. Enquanto isso, adversários de Macron no espectro político criticaram o plano.
"A França ainda é uma democracia se amordaça seus cidadãos? Isso é muito preocupante!", escreveu a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, no Twitter.