BRASÍLIA (Reuters) - Em pronunciamento na TV na noite desta terça-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que o áudio da conversa dos executivos do grupo J&F - relatado na véspera pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot e que envolveriam ministros da Corte - agride, "de maneira inédita", a dignidade e a honobilidade do colegiado.
O diálogo entre Joesley Batista e Ricardo Saud menciona a presidente do STF e os ministros da Corte Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, sem contudo, haver qualquer atitude suspeita dos magistrados no material divulgado pela imprensa até o momento.
"Agride-se, de maneira inédita na história deste País, a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus integrantes", afirmou Cármen Lúcia.
Segundo a presidente do STF, impõe-se com "transparência absoluta, urgência, prioridade e presteza a apuração clara, profunda e definitiva das alegações, em respeito ao direito dos cidadãos brasileiros a um Judiciário honrado".
Cármen Lúcia disse ainda ter enviado "agora" ao procurador-geral da República e ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, ofícios exigindo "a investigação imediata", com definição de datas para início e conclusão dos trabalhos a serem apresentados com absoluta clareza ao STF e à sociedade brasileira. Para ela, isso é necessário para que não haja "qualquer sombra de dúvida", repete, sobre a dignidade deste STF e honorabilidade dos integrantes.
(Por Ricardo Brito)