Por Thomas Escritt e Robin Emmott
MUNIQUE (Reuters) - A primeira ministra britânica, Theresa May, defendeu neste sábado um novo tratado de segurança com a União Europeia no ano que vem, obtendo apoio da EU e autoridades norte-americanas, que concordaram que a questão é importante demais para arriscar que seja incluída nas demais negociações do Brexit.
Em discurso a líderes ocidentais em Munique, May prometeu que Londres seguirá liderando missões militares e compartilhando inteligência se Bruxelas concordar com um pacto "efetivo a partir de 2019", quando o Reino Unido deve deixar o bloco.
O governo de May está usando uma série de discursos para esclarecer sua visão em relação ao Reino Unido fora da UE. Mas os aplausos mais altos durante sua aparição ocorreram quando o organizador do evento, o diplomata alemão Wolfgang Ischinger disse: "as coisas seriam tão mais fáceis se vocês ficassem".
Mas May foi inflexível: "estamos deixando a UE. Está fora de questão fazer um segundo referendo, ou voltar atrás, e eu acho que isso é importante", disse ela.
O Reino Unido é um dos três maiores usuários de dados da polícia da União Europeia, a Europol. Mas deixando a UE, há um risco de que seja proibido de cooperar, tornando-se mais vulnerável a militantes islâmicos, dizem as autoridades.
Jean-Claude Juncker, chefe do executivo da UE, saudou uma "aliança de segurança" com o Reino Unido, acrescentando que a questão deve ser separada do restante do debate sobre o Brexit.
O Reino Unido, junto com a França, é a maior potência militar da Europa e lidera duas missões militares da UE, enquanto envia tropas à Estônia sob a bandeira da Otan.
Com vários problemas ainda sem solução e lutas internas sobre o Brexit dividindo o governo de May, a pouco mais de um ano para a saída do Reino Unido, a segurança é uma das maiores moedas de troca de Londres.
Uma autoridade sênior da UE disse que May precisa submeter um documento de negociação formal detalhando suas ideias e então permitir que os negociadores britânicos e europeus prossigam.
Embora o status da fronteira com a Irlanda e os direitos de seus cidadãos tenham sido acordados em dezembro, os negociadores europeus dizem que agora estão esperando que o Reino Unido diga que tipo de relações comerciais deseja no futuro.
Um acordo nesta frente permitiria que líderes da UE apoiem o plano na cúpula de Bruxelas em 22 e 23 de março e passem a um acordo de transição especial com encerramento no fim de 2020.