Investing.com - O PSDB decidiu nesta quarta-feira fechar questão a favor da aprovação da reforma da Previdência. Com a posição da executiva do partido, os 46 deputados tucanos serão obrigados a votar com o governo, sem sinalização clara de que haverá punição para os infiéis.
A informação foi confirmada pelo ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo, em postagem em seu Twitter pessoal.
O posicionamento do partido ocorre após semanas de pressão do governo para que os tucanos se manifestassem publicamente favoráveis a reforma. No sábado, ao assumir a presidência do partido, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sinalizou que levaria o PSDB a fechar questão e indicar os votos favoráveis à causa histórica do partido.
A falta de punição para os infiéis indica que a posição pela aprovação da reforma não está pacificada no ninho tucano e que o governo não poderá contar com o apoio de toda a bancada. A sinalização política, contudo, mostra alinhamento do partido sob a presidência de Alckmin e um sinal claro de que o governador apoiará a agenda reformista de olho em 2018.
Nos bastidores, o receio dos tucanos é de que o apoio à reforma da Previdência possa pesar negativamente nas eleições de 2018. Se a economia melhorar, a agenda reformista pode ser um trunfo na mão do candidato da situação, possivelmente Henrique Meirelles, que poderia roubar votos da centro direita, que tradicionalmente se alinha aos tucanos. Já os eleitores mais distanciados do partido, mas necessários para vitória em segundo turno, podem relacionar o provável candidato Alckmin ao impopular governo Temer, o que poderia custar votos.
A decisão do partido abre caminho para que outras legendas como o PSD, do ministro Henrique Meirelles, possam seguir o mesmo caminho e dar um fôlego final à tentativa do governo de votar a reforma na próxima semana.
Mais cedo, o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziuloski, fez uma forte defesa da aprovação da reforma da Previdência, citando o impacto negativo nas prefeituras caso o tema não saia do papel. A posição da CNM é um importante ponto de pressão para os deputados.
O dia começou negativo para as apostas na reforma com a fala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que voltou a destacar a dificuldade de se votar o tema na próxima semana. Em mais um sinal de que o governo não tem os 308 votos, Maia disse ontem que deixaria temporariamente a presidência da Casa para votar com o governo.
Mercado reage positivamente
O Ibovespa acelera os ganhos e agora sobe 1% aos 74.541 pontos com a notícia de fechamento de questão do PSDB para a aprovação da reforma da Previdência. A decisão foi tomada na primeira reunião da executiva do partido sob a presidência de Geraldo Alckmin.
O dólar virou e passa a operar com perdas de 0,4% abaixo dos R$ 3,30, depois de tocar na máxima de seis meses com as incertezas em relação à reforma.
A sessão já operava no positivo com os investidores otimistas com a possibilidade de que o ex-presidente Lula não dispute as eleições de 2018 após o TRF-4 surpreender e marcar o julgamento do ex-presidente em 24 de janeiro.