Por Guy Faulconbridge
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido minimizou nesta terça-feira a inédita demonstração de apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o líder da campanha pela saída britânica da União Europeia Nigel Farage seja nomeado embaixador britânico em Washington, dizendo claramente que o cargo não está disponível.
Trump, que logo depois de sua vitória na eleição presidencial encontrou Farage antes de receber qualquer líder da UE, disse no Twitter que "muitas pessoas" gostariam de ver o ex-operador de metais como embaixador britânico nos EUA.
"Ele faria um grande trabalho!", disse Trump em publicação no Twitter.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, que cumprimentou Trumo pela vitória, foi rápida em rejeitar a proposta incomum de Trump.
"Não há vaga", disse um porta-voz do governo britânico quando perguntado nesta terça-feira sobre a declaração de Trump. "Nós já temos um excelente embaixador nos EUA".
Farage, que passou décadas fazendo campanha pela saída do Reino Unido da UE e ajudou a forçar o ex-primeiro-ministro David Cameron a convocar o referendo de junho que decidiu pelo chamado Brexit, discursou em um comício de campanha de Trump durante as eleições e visitou o presidente eleito após sua vitória.
Como líder do Partido da Independência do Reino Unido e um dos principais líderes da vitoriosa campanha pelo Brexit, Farage repetidamente irritou líderes da UE ao prever o colapso do bloco europeu, que ele diz ser administrado por uma pequena elite de "idiotas".
Farage disse que a sugestão de Trump para que ele se torne embaixador veio como uma surpresa, mas que o presidente eleito entende o que é lealdade de uma forma que políticos de carreira não compreendem.
"Eu estou em uma boa posição com o apoio do presidente eleito para ajudar. O mundo mudou e é hora de Downing Street mudar também", disse Farage em um artigo escrito para o site de notícias Breitbart, fazendo referência à residência oficial da premiê britânica.
"Eu faria qualquer coisa para ajudar nosso interesse nacional e para ajudar a cimentar os laços com a próxima administração norte-americana", disse Farage.